domingo, 30 de agosto de 2009

DIA 12 - Professores na rua durante a campanha eleitoral

Associações independentes de professores preparam uma série iniciativas "contra o PS de Sócrates" logo no arranque da campanha eleitoral. Sindicatos preferem esperar pelo novo Governo para exigirem renegociação do estatuto.

As eleições legislativas de 27 de Setembro estão a ser preparadas em pormenor... pelos movimentos de professores, que voltam às ruas logo no arranque da campanha eleitoral, no dia 12. Já os sindicatos parecem preferir esperar pelo resultado da votação para definir estratégias.
Empolgados pela iniciativa "Compromisso pela Educação"- em que obtiveram garantias de toda a oposição sobre a revisão de aspectos como a avaliação e a divisão das carreiras -, os movimentos prometem acções "originais", assumidamente de ataque às políticas do Governo de José Sócrates.
Dois grupos - a Associação de Professores em Defesa da Educação (APEDE) e o PROmova - estão a debater entre si a realização de acções capazes de ter "impacto" na opinião pública.
"Ainda não posso revelar qual será exactamente a natureza dessa acção", disse ao DN Octávio Gonçalves, do PROmova, desvendando apenas: "O nosso objectivo é fazer algo mais inovador do que uma manifestação, com um carácter mais informativo e apelativo."
Já Ricardo Silva da APEDE acrescentou: "O que posso dizer é que estaremos na rua, provavelmente tanto no dia 12 como 19, e até pode ser que se realizem acções simultâneas em vários locais de Lisboa."
A justificação das acções de rua em período pré-eleitoral, assumiu, é não só "apelar ao voto contra este PS, de José Sócrates", como pressionar os restantes partidos "para que estes reforcem os compromissos assumidos" em relação às políticas educativas.
'Manif' no dia 12
Ambos os movimentos estão ainda a ponderar a participação numa manifestação convocada também para 12 de Setembro pela Força Emergente, uma associação cívica com fins políticos que se notabilizou por se ter constituído assistente no caso Freeport e ter enviado uma carta ao primeiro-ministro exigindo a sua demissão.
Confirmada está a participação do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP). "É uma manifestação que integra várias forças sociais, vários movimentos cívicos, não apenas de professores", descreveu Ilídio Trindade, do MUP. "Haverá certamente outro tipo de iniciativas em que vamos participar, mas estamos ainda num período de regresso de férias e só as devemos debater na próxima semana."
O regresso à via judicial - para suspender o mais depressa possível o 'simplex' da avaliação - também está a ser ponderado por outros grupos de professores (ver caixa).
Fora destas lutas, pelo menos no futuro próximo, parecem estar os sindicatos de professores: "Não nos parece fazer muito sentido estar a contestar um Governo que vai sair e outro que ainda não se sabe qual é", explicou Lucinda Manuela, da Federação Nacional da Educação (FNE). "Mas logo que seja conhecido o próximo Governo, iremos pedir a abertura de um novo processo negocial para rever o estatuto da carreira."