Além da presença já habitual da Vânia Silva, participam neste Doc a
Maíra Ribeiro e o Paulo Ferreira.
Plano de acção arranca no próximo ano lectivo O plano de acção para a Físico-Química vai ser colocado em prática no próximo ano lectivo no ensino secundário. A ministra da Educação explicou que já estão professores em formação e adiantou que o objectivo é reforçar as aulas de laboratório. | |||
No final do segundo ano do Plano de Acção para a Matemática, Maria de Lurdes Rodrigues diz estar «optimista» em relação aos resultados do programa e explica que «os chumbos são um mecanismo retrógrado e antigo» com elevados custos financeiros para o Estado.
Nove milhões de euros, mais de 10 mil horas de trabalho para a Matemática, cerca de 400 mil alunos e mais de 70 mil professores envolvidos. São os números com que se fazem as contas do Plano de Acção para a Matemática, iniciado em 2005.
Quase no final do segundo de três anos lectivos consagrados à iniciativa que visa tirar Portugal dos últimos lugares nos rankings europeus de Matemática, a ministra da Educação faz um balanço positivo.
«Estou optimista. Acho que os resultados só podem melhorar», garante Maria de Lurdes Rodrigues que encontra a fórmula para o sucesso numa adição: «Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades a não ser estudando mais, fazendo mais».
Maria de Lurdes Rodrigues anuncia uma cornucópia de números para tirar a Matemática do fundos dos rankings, mas depois baralha toda a argumentação, não percebendo ainda, e vão lá três anos, que é incompatível no contexto em que nos movemos, com o lastro de 15-20 anos de absoluta desresponsabilização dos alunos pelo insucesso, afirmar que é preciso estudar mais e ao mesmo tempo anunciar aos quatro ventos que os «chumbos são um mecanismo retrógrado», mas depois não justifica isso com qualquer argumento pedagógico mas economicista.
«Chumbar» é mau porque custa dinheiro ao Estado.
Lindo argumento!
Já vejo hordas de alunos agarrados às sebentas de Matemática, sensibilizados com a força do apelo ministerial.
Estudai e poupai dinheiro aos cofres do Estado, juventude do nosso país!
MLR insiste em falhar redondamente no seu registo sobre esta matéria. Há que ter um discurso positivo: enaltecer uma ética de trabalho e esforço. Puxar pelo orgulho de todos e não - sistematicamente - envenenar tudo com os amoques do costume.
Caramba, há formas mais ou menos legais, de uma pessoa ficar efectivamente sorridente e simpática quando se fazem declarações deste tipo.
Não há necessidade de ser sempre igual a si mesma.
Apre…
http://educar.wordpress.com/2008/04/29/vi-a-terra-da-cucanha-e-ela-esta-cheia-de-numeros/
A Senhora Ministra, desta vez, só não disse que «reprovar» estragava as estatísticas face aos restantes países da UE (e da OCDE e da UEFA e da FIFA e da NATO e da ONU e da …)
Apostada na criação de «um modelo de escola inclusiva», a ministra considera que «os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo» e pretende alterar o cenário actual em que cerca de 20% dos alunos do 9.º ano ficam retidos.
«Precisamos de substituir os chumbos por mais trabalho», explica Maria de Lurdes Rodrigues, que recorda que «o aluno não chumba no último dia de aulas, começa a chumbar no primeiro teste de Outubro».
É por isso que a ministra defende a necessidade de identificar as dificuldades logo no início do ano lectivo e de encontrar estratégias para as combater: «Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».
E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».
A governante frisa ainda os custos financeiros das reprovações: «Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000». E o impacto aumenta nas situações de abandono escolar: «É um investimento não recuperável».
Ainda assim, para a ministra, este é «um custo insignificante face ao custo social de ter no mercado de trabalho jovens com competências deficientes».
(clicar na imagem para aumentar)
De José Eduardo Lemos, hoje, no Público. Membro do Conselho de Escolas e presidente do CE da Escola Secundária Eça de Queirós, Póvoa do Varzim.
Ou como no Conselho de Escolas pode existir massa crítica para algo mais do que um departamento oficioso do ME. Um exemplo a seguir pelos elementos do CCAP. Não chega enunciar a independência, há que saber exercê-la.
Depois de uma curta refeição ao ar livre, os manifestantes concentraram-se na Avenida 5 de Outubro, empunhando bandeirinhas pretas em que se lia "A ministra chumbou! Mudam de políticas. Mudam a escola" e posicionaram-se atrás de gradeamentos com faixas com palavras de ordem como "Professores em protesto contra as políticas educativas do Ministério da Educação".
Do outro lado da "barricada", dois agentes da PSP "guardavam" as instalações do Ministério da Educação.
A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP-In, insere-se na iniciativa "segunda-feiras de protesto", que já se realizou no Norte e Centro do País e tem previstas acções na próxima semana no Alentejo.
O protesto em Lisboa, que contou com o apoio do presidente da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, ocorreu quatro dias depois de o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros o novo decreto-regulamentar sobre a avaliação de desempenho docente, que consagra o entendimento assinado entre Ministério da Educação e sindicatos de professores.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, justificou a manifestação na Avenida 5 de Outubro com "questões de fundo" que continuam por resolver, como o estatuto da carreira docente, os modelos de avaliação docente e gestão da escola e a carga horária lectiva "excessiva".
António Avelãs considera "absurda" a divisão de "professores titulares" e "não titulares", defendendo que as "funções de avaliação e coordenação pedagógica", atribuídas aos titulares, devem ser estendidas "a todos os professores".
Os docentes rejeitam no novo modelo de gestão da escola a possibilidade de ser o director do estabelecimento de ensino (figura a criar) a nomear coordenadores e os membros do Conselho Pedagógico, órgão a que presidirá e que define os critérios de avaliação, constituição de turmas e regulamento interno da escola, entre outras matérias.
"O Conselho Pedagógico passa a ser a voz do director. O director responde pelo Conselho-Geral da Escola mas também pela tutela, é um comissário político do Governo", sustentou à Lusa Fátima Louro, professora de História há 31 anos, ressalvando que o actual modelo de gestão escolar consagra a eleição do Conselho Pedagógico.
A docente recusa igualmente o modelo de avaliação, um processo que considera "pesado" e "burocrático" que "vai parar as escolas" e propõe, como alternativa, uma "maior intervenção da Inspecção-Geral da Educação", a "identificação e acompanhamento dos professores com maiores dificuldades" e acções de formação, estas últimas previstas no decreto-regulamentar.
Para 17 de Maio estão previstas marchas de protesto um pouco por todo o País.
De acordo com o decreto-regulamentar, a avaliação de desempenho avança este ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais será aplicado um regime simplificado.
Este regime simplificado será aplicado de forma universal, tendo em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
Por outro lado, quer este ano quer no próximo ano lectivo, as classificações de "regular" e "insuficiente" terão de ser confirmadas com nova avaliação, a realizar no ano escolar seguinte, antes dos docentes sofrerem os efeitos penalizadores previstos.
Os efeitos negativos de uma nota de "insuficiente" só se farão sentir no caso dos docentes contratados, que não renovarão contrato.
ER/MLS.
Lusa/Fim
Fátima Ramos, presidente da autarquia (PSD), denunciou hoje que o Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEP) não deu ainda parecer favorável à construção de um Centro Educativo porque exige o encerramento de escolas com um número de crianças superior às previstas na Lei.
"Pretendem que encerremos escolas com muito mais de 20 alunos, quando a legislação refere apenas o encerramento gradual das escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos", criticou a autarca social-democrata em conferência de imprensa.
A presidente da edilidade disse aos jornalistas que a construção do equipamento, orçado em 1,715 milhões de euros, obteve parecer favorável da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) e consta da Carta Educativa do concelho, homologada pela ministra da Educação em 15 de Janeiro.
"Não podemos aceitar essas exigências. Estamos disponíveis para cumprir a legislação mas ninguém tem o direito de exigir que façamos mais do que o previsto na Lei", frisa Fátima Ramos, que afirma não "compreender" a situação.
Salientando a necessidade de construir um Centro Educativo em Miranda do Corvo para evitar que as crianças continuem a ter aulas em horário desdobrado, a autarca teme que a postura do GEP venha a inviabilizar a candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
"O meu medo é que se não houver uma decisão o concelho perca uma comparticipação do QREN que vai entre 50 a 75 por cento do investimento total", sublinha Fátima Ramos.
Segundo a autarca, "de acordo com as regras publicadas teriam preferência os Centros Educativos que visassem acabar com escolas do 1.º ciclo a funcionar em horário desdobrado, que é o caso da escola de Miranda".
"De forma inexplicável, o GEPE não nos dá parecer favorável argumentando que o Centro Educativo não responde às condicionantes de aprovação da Carta Educativa. Condicionantes essas das quais nunca tinha sido dado conhecimento à Câmara", acrescentou.
A presidente do município afirmou ainda que foi solicitado à Câmara, telefonicamente, que incluísse no texto da candidatura ao QREN o encerramento de todas as escolas do 1.º ciclo da freguesia de Miranda (excepto a da sede do concelho), das freguesias de Lamas e Vila Nova e ainda os jardins-de-infância de Lamas, Moinhos e Espinho.
"As escolas que pretendem fechar tiveram investimentos e obras significativas nos últimos dois anos. Algumas tiveram mesmo ampliações com edifícios totalmente novos, que cumpriram o previsto na Carta Educativa", destaca Fátima Ramos, que recusa cumprir essa exigência.
"Porque sabem que a construção de uma nova escola em Miranda é muito necessária, estão a adoptar um comportamento de autêntica chantagem sobre a autarquia, com a agravante de que as exigências que nos estão a ser feitas contrariam o que se encontra previsto na Lei", sustenta.
Fátima Ramos alerta que "a não aprovação do centro e consequente financiamento comunitário conduzirá à manutenção das crianças na escola com horário desdobrado e ao funcionamento das actividades extracurriculares em p��ssimas condições, já que a Câmara não tem condições financeiras para avançar com o investimento na totalidade".
Se, entretanto, não houver uma resposta do GEPE, a autarquia vai reunir extraordinariamente o Conselho Municipal de Educação, no dia 19 de Maio, para decidir as medidas a tomar que, segundo a Lusa apurou, podem passar por um processo judicial contra o Estado.
AMV
Lusa/Fim
Lisboa – 21H00 |
Frente ao ME – Av. 5 de Outubro
Assim, os professores e educadores concentrar-se-ão dia 28 de Abril:
• PELA RENEGOCIAÇÃO DO ECD, os professores reafirmam a sua oposição determinada ao modelo de avaliação de desempenho, à fractura da carreira, à degradação e sobrecarga dos seus horários de trabalho e à inaceitável instabilidade que se vive na profissão, à 'prova de ingresso' na profissão!
• PELA RENEGOCIAÇÃO DO REGIME DE DIRECÇÃO E GESTÃO ESCOLAR, os professores exigem a avaliação do actual modelo e afirmam a sua disponibilidade em contrariar as pretensões do ME.
• PELA RENEGOCIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES À EDUCAÇÃO ESPECIAL, os professores reafirmam a defesa dos princípios da Escola Inclusiva.
• PELA VALORIZAÇÃO E INVESTIMENTO NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO, os professores exigem respeito pela liberdade académica e pela condição profissional.
• POR MEDIDAS QUE PROMOVAM A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E DO ENSINO E PELA REDUÇÃO DO DESEMPREGO E DA PRECARIEDADE.
• PELA GARANTIA DE QUE NENHUM DOCENTE SERÁ REMETIDO PARA A 'MOBILIDADE ESPECIAL'.
• PELA SUBSTITUIÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO IMPOSTO PELO ME por um outro construído pelos professores e educadores.
• PELO RESPEITO PELA LIBERDADE E PELOS DIREITOS SINDICAIS
Ao mesmo tempo o governo e o ministério sentiram-se obrigados a negociar questões que do seu ponto de vista estavam fechadas. Desde Janeiro que todo o discurso do ME ia no sentido da aplicação integral do DR 2/2008 num conjunto de escolas em que os PCE 's estavam a cumprir à risca as determinações ministeriais. O conselho de escolas tinha substituído os sindicatos na negociação da aplicação das medidas governamentais nas escolas. O CCAP, presidido por uma antiga inspectora geral e constituído maioritariamente por personagens ligadas ao PS (independentemente de terem ou não as quotas em dia), era o único responsável pelo acompanhamento do processo de avaliação, o que garantiria a inexistência de críticas sérias e coerentes às aberrações de que o modelo do DR 2/2008 está inundado.
Fazendo este curto balanço, confesso ficar perplexo com a forma como alguns professores e os movimentos em que se integram resolveram manifestar-se contra a posição da plataforma sindical. Será que não se deve considerar um ganho o facto de em todas as escolas do país se realizar este ano uma avaliação mínima uniformizada. Ou será que também não é um ganho garantir a continuação de negociações em torno de todas as questões que são inaceitáveis para os professores, a saber: revisão do ECD com retorno à carreira única; revisão do modelo de gestão; revisão do modelo de avaliação; revisão do diploma sobre o ensino especial.
Alguém acha realista, num período em que já se sente o cheiro de eleições no ar, conseguir em algumas semanas que o governo volte atrás nas políticas que constituíram a sua bandeira durante toda a legislatura? Alguém acha que, sem luta e sem um combate feroz, Pinto de Sousa vá mudar de política a meia dúzia de meses das eleições, fazendo um hara-kiri político?
Os meses que se avizinham são fundamentais. A unidade entre todos os professores é uma necessidade premente e se pela primeira vez em três décadas os dirigentes sindicais foram capazes de ultrapassar rivalidades, em prol da unidade e eficácia da luta, é ridículo que sejam aqueles que mais clamavam pela necessidade de unidade e mobilização que venham agora deitar tudo a perder.
Sendo assim, faz sentido a pergunta: POR QUÊ DESISTIR AGORA, GENTE DE POUCA FÉ?
In http://fjsantos.wordpress.com
AUTONOMIA E GESTÃO DAS ESCOLAS
PROFESSORES CONTINUARÃO A LUTAR
CONTRA O NOVO REGIME HOJE PUBLICADO
À Assembleia de Escola da Escola E S / 3 de Carvalhos
Ao Conselho Executivo da Escola E S / 3 de Carvalhos
Ao Conselho Pedagógico da Escola E S / 3 de Carvalhos
Avaliação Sim!
Os professores do Departamento de Ciências Humanas
Público, 22 de Abril de 2008
http://educar.wordpress.com/2008/04/22/uma-visao-sobre-duas-leituras-acerca-do-insucesso-escolar/
"Evidentemente que são casos dramáticos, mas temos de ter consciência de que são casos isolados e não representam a generalidade do comportamento dos nossos alunos", disse Maria de Lurdes Rodrigues, durante uma visita à Escola Básica com 2.º e 3.º Ciclo (EB2,3) do Bocage, em Setúbal, no âmbito do Dia Mundial do Livro.
"Todos os dias estão em prática estratégias para combater estes comportamentos, por parte das escolas", acrescentou.
Questionada sobre a transferência de competências da administração central, na área da Educação, para as autarquias, Maria de Lurdes Rodrigues disse que o processo de negociação com alguns municípios e com a Associação Nacional de Municípios está a fazer "o circuito necessário".
http://jn.sapo.pt/2008/04/23/ultimas/Caso_dram_tico_mas_iso.html
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
PROFESSORES DA REGIÃO CENTRO DECIDIDOS
Mais de 3200 professores participaram nos protestos de ontem que foram convocados pela Plataforma Sindical dos Professores. Estas acções de protesto tiveram lugar em Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Viseu e Lamego.
A Moção apresentada pela Plataforma e colocada à votação dos professores foi aprovada quase por unanimidade, tendo apenas, no conjunto, merecido um voto contra e sete abstenções.
MOÇÃO
O "ENTENDIMENTO" EM TORNO DAS RECLAMAÇÕES IMEDIATAS APROVADAS NA MARCHA DA INDIGNAÇÃO;
CONTINUAR A LUTA PARA MUDAR AS POLÍTICAS!
A Marcha da Indignação dos Professores obrigou, finalmente, o Governo a negociar com as organizações sindicais de professores.
Neste processo, os Sindicatos avançaram com as propostas constantes na Resolução da Marcha, designadamente no que respeita à avaliação do desempenho, aos horários de trabalho e à gestão das escolas.
Os resultados dessa negociação, mesmo sem coincidirem em absoluto com o texto da Resolução, aproximam-se muito deste e foram francamente positivos para os docentes, traduzindo ganhos importantes que deverão reforçar a sua confiança na acção e na luta extremamente complexa e difícil que se aproxima, face à arrogância e prepotência de um Governo e de uma equipa ministerial que até agora, se recusaram a ceder fosse em que matéria fosse, recusando a Ministra, até, a dialogar com os Sindicatos.
O entendimento a que o ME teve de chegar com a Plataforma Sindical dos Professores não corresponde a qualquer acordo, bem pelo contrário, os professores e as suas organizações representativas não deixaram de discordar profundamente de uma equipa e de políticas que não permitem que a actividade dos professores se realize nas devidas condições, criando grandes dificuldades ao funcionamento e organização das escolas.
De entre as medidas mais negativas destacam-se:
– o ECD do ME, em particular a divisão dos docentes em categorias hierarquizadas, o modelo de avaliação, a prova de ingresso na profissão e a nova organização dos horários de trabalho;
– o novo modelo de gestão escolar que governamentaliza a vida das escolas, liquidando espaços essenciais de participação democrática e cerceando a sua autonomia;
– muitas outras medidas, como o novo regime sobre Educação Especial, o encerramento cego das escolas, a entrega de todo o ensino básico às câmaras municipais, a desqualificação da formação de professores, entre tantas, mas tantas outras…
Daí que, com o entendimento alcançado, não se altere a opinião dos professores e dos seus Sindicatos em relação às políticas educativas e ao Governo que as impõe e concretiza, neste caso, em especial o Primeiro-Ministro e a equipa de Lurdes Rodrigues.
Por esta razão, a luta dos docentes é para continuar e a unidade para manter em torno dos grandes objectivos reivindicativos aprovados na Marcha da Indignação. Lutas que, neste ano lectivo, continuarão a assumir a forma de protestos públicos, devendo, no próximo, recomeçar logo desde o início do ano escolar.
Região Centro, 21 de Abril de 2008
Neste dia em que tomou posse o Conselho Cientifico de Avaliação, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que o processo está a ser preparado pelas escolas, desde Janeiro.
“As coisas não pararam, têm o seu tempo de desenvolvimento nas escolas e as escolas, como eu tenho dito e reafirmei sempre, estão a trabalhar no desenvolvimento do modelo e da sua aplicação”, sublinha.
A ministra da Educação reagiu à acusação de facilitismo, que lhe foi dirigida por Paulo Portas. Em causa está uma entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues sustentando que "o aluno não fica a saber mais por repetir um ano" e que o chumbo é o "elemento mais facilitista do sistema de ensino".
O líder do CDS-PP diz que, com estas frases, a ministra incita os professores à aprovação de alunos, independentemente de saberem as matérias.
Maria de Lurdes Rodrigues acusa Paulo Portas de retirar as declarações do seu contexto e nega as acusações de facilitismo.
“Foi este Governo que desenvolveu nas escolas os modelos de aulas de substituição, tem sido este Governo que tem exigido às escolas mais tempo de trabalho com os seus alunos, é isso que é preciso. Chumbá-los, reafirmo, é a maneira mais fácil de resolver o problema”, sustenta a ministra.
Na cerimónia de tomada de posse, a presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) pediu tempo para que este órgão consultivo possa definir a sua estratégia, num apelo essencialmente dirigido aos docentes.
"O conselho precisa de tempo para ter um pensamento estratégico de acção. Não significa descurar o curto prazo, mas não pode cingir-se ao imediato", afirmou Conceição Castro Ramos logo após a tomada de posse de todos os membros do Conselho Científico, que tem como missão acompanhar e monitorizar o novo modelo de avaliação dos professores.
RV
http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=23&SubAreaId=79&ContentId=244421
O decreto-lei que regulamenta o regime de autonomia, administração e gestão das escolas, publicado hoje no Diário da República, visa reforçar a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, favorecer a constituição de lideranças fortes e reforçar a autonomia das escolas.
Este decreto-lei vem completar o quadro de mudanças introduzidas na organização e na autonomia dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.
Com o objectivo de reforçar a participação das famílias e das comunidades, promovendo a abertura das escolas ao exterior e a sua integração nas comunidades locais, institui-se um órgão de direcção estratégica designado por Conselho Geral.
Neste órgão colegial de direcção têm representação o pessoal docente e não docente, os pais e encarregados de educação (e também os alunos, no caso dos adultos e dos estudantes do ensino secundário), as autarquias e a comunidade local, nomeadamente representantes de instituições, organizações e actividades económicas, sociais, culturais e científicas.
Para garantir condições de participação a todos os interessados, nenhum dos grupos representados pode ter a maioria dos lugares, tendo de ser observadas algumas regras elementares na composição deste órgão.
Cabe ao Conselho Geral a aprovação das regras fundamentais de funcionamento da escola (regulamento interno), as decisões estratégias e de planeamento (projecto educativo e plano de actividades) e o acompanhamento e fiscalização da sua concretização (relatório anual de actividades).
Este órgão dispõe, ainda, da competência para eleger e destituir o director que, em consequência, terá de lhe prestar contas.
A criação do cargo de director está estreitamente relacionada com o segundo objectivo, que consiste em reforçar a liderança das escolas, uma das medidas mais relevantes na reorganização do regime de administração escolar.
O reforço da liderança das escolas pressupõe que em cada estabelecimento de ensino exista um rosto, um primeiro responsável, dotado da autoridade necessária para desenvolver o projecto educativo da escola e executar localmente as medidas de política educativa.
Coadjuvado por um subdirector e por um pequeno número de adjuntos, o cargo de director constitui-se, assim, como um órgão unipessoal e não como um órgão colegial.
Ao director é confiada a gestão administrativa, financeira e pedagógica, assumindo, para o efeito, a presidência do conselho pedagógico. Por esse motivo, o director terá de ser um professor do ensino público, particular ou cooperativo, qualificado para o exercício destas funções, seja pela formação ou pela experiência na administração e gestão escolar.
O director é seleccionado através de um procedimento concursal, com critérios transparentes, para cumprir um mandato de quatro anos.
Para conferir mais eficácia, mas também maior responsabilidade ao director, é-lhe atribuído o poder de designar os responsáveis pelos departamentos curriculares, principais estruturas de coordenação e de supervisão pedagógica.
O reforço da autonomia das escolas, que constitui o terceiro objectivo deste novo regime jurídico, está estreitamente relacionado com a responsabilidade e com a prestação de contas.
Neste sentido, o decreto-lei estabelece um enquadramento legal mínimo, determinando apenas a criação de algumas estruturas de coordenação de primeiro nível (departamentos curriculares) com assento no conselho pedagógico e de acompanhamento aos alunos (conselhos e directores de turma). De resto, é dada às escolas a faculdade de se organizarem, de criarem estruturas e de as fazerem representar no conselho pedagógico.
A prestação de contas pressupõe, por um lado, a participação dos interessados e da comunidade no órgão de direcção estratégica e na escolha do director, e por outro lado, o desenvolvimento de um sistema de auto-avaliação e de avaliação externa das escolas.
O novo diploma mantém o princípio da contratualização da autonomia quanto à possibilidade de transferência de competências, flexibilizando e deixando para regulamentação posterior os procedimentos administrativos necessários.
A transferência de competências tem de estar sempre associado à avaliação externa, assente no princípio da responsabilidade e da prestação de contas pelos recursos utilizados no serviço público.
Para mais informações, consultar o decreto-lei publicado no Diário da República.
http://www.min-edu.pt/np3/33Seria um desperdício ocupar mais do que duas linhas para comentar as trivialidades que embeveceram o inefável jornalista. Irei apenas destacar a única ideia digna de elogio, apesar de inconsequente: a repetência ou o chumbo é o elemento mais facilitista do sistema educativo.
Para um professor de “ginástica” [fico-lhe muito grato pelo remoque diferenciador, senhora ministra], habituado a olhar para as classificações dos alunos como algo acessório e dispensável, sempre mais preocupado com a avaliação formativa do que com a avaliação sumativa, a repetência do aluno é uma construção social que só faz sentido numa avaliação de tipo normativo, que procura ordenar um sujeito num conjunto de pares. Para quê fazê-lo? Para quê comparar os sujeitos como se comparam as peças de carne expostas no talho? Se o sistema educativo dispensar essa grelha de observação, se o sistema educativo pensar o aluno como uma pessoa, que é preciso respeitar na sua dupla dimensão individual e pessoal, recusando o aluno-massa, o anónimo na imensa e indiferenciada escola-fábrica, se se pensar numa educação personalizadora, então há que eliminar o excremento da repetência ou chumbo.
Sejamos ao menos consequentes, senhora ministra. Que tipologia e dimensão das escolas, que condições de prática educativa, que medidas de apoio ao eficiente desempenho das funções educativas, que políticas educativas desenhou para fazer face à educação personalista?
Não brinque com a minha (pouca) inteligência, eminência.
http://olhardomiguel.blogspot.com/2008/04/chumbo-para-quem-senhora-ministra.html
Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior.
Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom.
Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos.
Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores.Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico.
Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem.
Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!
Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão.
Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.
De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar “ (…) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.”
A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.
Isto é o resultado de uma selecção feita com base na “(…) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (…)[onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.” É assim que “reza” o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!
Agora consta-se por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar…
Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar.
O título de “titular” não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta…
Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!
Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação.
Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.
As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, power point, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura.
Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades…). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.
Cumprimentos.
(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)
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