quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Greve dos professores e educadores quase a 100% no Algarve

A adesão à greve de professores e educadores no Algarve atinge quase 100 por cento, havendo mesmo muitas escolas completamente encerradas, apurou o barlavento.online.

A escola com mais baixa taxa de adesão, na ordem dos 72 por cento, é a Secundária Pinheiro e Rosa, de Faro, sendo mesmo, segundo o Sindicato dos Professores da Zona Sul, a única escola que está «minimamente a funcionar em todo o Algarve».

Entre os dados que o barlavento.online apurou em contacto com escolas de toda região e com o Sindicato dos Porfessores, as escolas EB 2,3 D. Martinho Castelo Branco, da Pedra Mourinha e da Mexilhoeira Grande, todas em Portimão, registam adesões de 100 por cento.

O mesmo acontece com a escola D. José I, em Vila Real de Santo António (100 por cento), a Domingos Garcia, em Silves (98 por cento, apenas um professor a trabalhar), a Escola Secundária de Silves (100 por cento), a EB 2,3 de Vila Nova de Cacela (97 por cento), a Secundária de Albufeira (99 por cento), ou a EB 2,3 D. Afonso III (Faro, com 98 por cento).

Totalmente fechadas estão também as EB 2,3 de Montenegro (Faro), Joaquim de Magalhães (Faro) e D. Dinis (Quarteira).

A Escola Secundária de Olhão regista uma taxa de adesão à greve de 93 por cento, tendo apenas comparecido três professores , enquanto a EB 2,3 Eng Duarte Pacheco, em Loulé, atinge 90 por cento (dois professores).

Em Portimão, as duas Escolas Secundárias estão praticamente fechadas, já que a Poeta António Aleixo apresenta uma taxa de 96 por cento e a Manuel Teixeira Gomes de 92 por cento.

Em Portimão, os professores das inúmeras escolas e graus de ensino concentraram-se no largo da Câmara, tendo depois ido entregar ao presidente Manuel da Luz, ele próprio um antigo professor, uma moção.

Em Silves, os docentes manifestaram-se pelas ruas da cidade e foram depois até aos Paços do Concelho, onde decorria a reunião do executivo camarário, tendo também entregue uma moção, que foi aceite e aprovada por maioria, apenas com a abstenção da vereadora socialista Lisete Romão.

Quanto à situação do Primeiro Ciclo e Pré-Escolar, segundo Rui Sousa, do Sindicato dos Professores, «a adesão está praticamente em cima dos 100 por cento» em todo o Algarve.

Nestas escolas, segundo Rui Sousa, «haverá três ou quatro professores efectivamente a trabalhar em toda a região», salientou este dirigente sindical.

Ao que o barlavento.online apurou, mesmo nas escolas onde não há 100 por cento de adesão, não está a haver aulas, porque os alunos têm abandonado as escolas.

«No Algarve todo, haverá uns 10 professores que esta manhã conseguiram efectivamente dar aulas», garantiu Rui Sousa.


Simplificação não foi «de maneira nenhuma» aceite

O dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, comentando o êxito desta greve, disse esperar que «o Minsitério da Educação perceba que a sua mais recente tentativa no âmbito do seu Simplex não foi de maneira nenhuma aceite pelos professores».

«Este modelo de avaliação não funciona e esta simplificação não é aceite», acrescentou.

A única opção, na opinião dos professores, «é suspender definitivamente este modelo de avaliação e encontrar um modelo transitório que satisfaça todos os intervenientes na comunidade educativa».

«Nós não queremos deixar de ser avaliados, queremos mesmo ser avaliados ainda este ano lectivo, mas com um novo modelo que comece a funcionar em Janeiro, o mais tardar em Fevereiro», explicou Rui Sousa.

«O que o Ministério da Educação precisa de perceber é que é necessário construir um modelo que seja claro, justo e exequível, e que, sobretudo, sirva toda a gente do sistema educativo».

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