quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ministra e professores levam para a reunião os mesmos princípios

A Plataforma Sindical de Professores vai apresentar esta quinta-feira uma proposta de avaliação centrada na actividade docente; mais pedagógica e menos burocrática. O Ministério defenderá o seu princípio de avaliação consequente.

Há muito que equipa ministerial e sindicatos apregoam total disponibilidade para dialogar. Hoje, voltam a sentar-se à mesa de negociações, precisamente, no mesmo espaço neutro que acolheu as duas partes em Abril, aquando da aprovação do Memorando de Entendimento: o Conselho Nacional de Educação. Ambos vão defender os seus princípios de avaliação. O que há de novo, então? "Pela primeira vez o Governo aceitou que os sindicatos colocassem as suas propostas, em cima da mesa, em igualdade de circunstâncias", sublinhou, ao JN, Mário Nogueira. A greve nacional de 19 de Janeiro continua convocada, recorde-se.

O secretário-geral da Fenprof considera "estranhas as garantias", primeiro do secretário de Estado Adjunto e depois do primeiro-ministro de que o actual modelo não será suspenso. "Se não tivesse havido abertura na sexta-feira, nem os sindicatos desconvocavam as greves regionais, nem o Ministério convocava o início de negociações".

"É uma reunião de agenda aberta", frisou ao JN o assessor de Maria de Lurdes Rodrigues. A tutela "não leva nada de novo" - ou seja, não suspende o actual modelo e defenderá a simplificação para este ano lectivo.

A reunião, recorde-se, foi inicialmente marcada para segunda-feira, dia 15. O ME tentou antecipá-la para ontem, mas por indisponibilidade de agenda dos sindicatos será hoje. Os professores receiam que o Governo possa surpreendê-los (ou tenha pensado fazê-lo) com a aprovação da simplificação, hoje em Conselho de Ministros. "Se o fizerem é um problema", afirmou apenas Nogueira. Já o presidente do Fenei/Sindep, defendeu que se a tutela confrontar os sindicatos com essa proposta, "outros órgãos de soberania terão de tomar posição, nomeadamente o presidente da República, que terá de ter uma atitude absolutamente interventiva".

"Estamos de boa-fé", insistiu Carlos Chagas. A Plataforma reuniu-se nos últimos dois dias e hoje de manhã para se preparar para o embate. Além da suspensão, modelo transitório e revisão do ECD apresentará uma proposta de avaliação "centrada no trabalho executado na sala de aula, ou seja na essência da actividade docente".

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