quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Movimentos independentes querem denúncia de memorando entre Plataforma e Governo

29 de Outubro de 2008, 16:16

Lisboa, 29 Out (Lusa) - Os movimentos independentes de professores consideram "essencial" a denúncia do memorando de entendimento estabelecido entre a Plataforma Sindical e o Ministério da Educação, para uma eventual aproximação aos sindicatos do sector.

O Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), a Associação de Professores em Defesa do Ensino e o PROmova, que hoje vão ter um encontro com dirigentes da Fenprof (Federação Nacional de Professores), defendem que "não chega pedir a suspensão do modelo de avaliação" dos docentes, como a Plataforma Sindical fez na sexta-feira passada.

O memorando de entendimento, firmado a 17 de Abril, previa a limitação de critérios do modelo de avaliação neste ano lectivo, para além de outras matérias, como a criação de um escalão no topo da carreira docente ou a definição de um crédito de horas destinado à concretização da avaliação.

Para os movimentos independentes, é fundamental que os sindicatos percebam que "o memorando de entendimento é unanimemente repudiado pela generalidade dos professores", como afirmou Mário Machaqueiro, coordenador da Associação de Professores em Defesa do Ensino, em declarações à agência Lusa.

Ilídio Trindade, do MUP, concorda, sublinhando que "não basta a Plataforma dizer que 'rasga' este acordo, é preciso que tome uma atitude", tal como Octávio Gonçalves, da PROmova, ao afirmar que, para a reunião de hoje à noite, "está tudo em aberto, com uma condição essencial: a denúncia pública do memorando de entendimento".

Os três movimentos manifestam disponibilidade para uma "aproximação" às estruturas sindicais, sublinhando que a luta que promovem "não é anti-sindical", mas contra as políticas educativas do Governo.

No entanto, Ilídio Trindade vai mais longe e aponta a necessidade de as estruturas sindicais "tomarem consciência de que toda a movimentação de professores surgiu por inépcia dos sindicatos e da forma frouxa como têm negociado com este ministério".

Quanto às manifestações - uma marcada para 15 de Novembro pelos movimentos e outra para 08 de Novembro convocada pelos sindicatos -, preferiam a "união", mas não entendem como um "drama" a realização de ambas.

"Na união ganhamos todos e na divisão perdemos todos", afirma o coordenador da PROmova, Octávio Gonçalves.

"Estamos na disposição de criar condições para que se faça apenas uma manifestação, que demonstre o sentimento generalizado dos professores, mas não há drama, se se fizerem duas. Até podem ser duas oportunidades para os professores fazerem ouvir o seu descontentamento", considerou Mário Machaqueiro.

Os três movimentos mostraram-se ainda descontentes com a forma como a Fenprof tem tentado "desvalorizar o encontro de hoje", ao afimar que a informação sobre uma "reunião não é rigorosa", mas, ainda assim, manifestam-se empenhados.

Num comunicado emitido pela Fenprof no final da reunião do secretariado, na terça-feira à noite, a estrutura liderada por Mário Nogueira afirma que "tem corrido a blogosfera e tem-se propagado por correio electrónico a informação de que a Fenprof iria realizar uma reunião com representantes de três movimentos de professores. Esta informação não é rigorosa".

De acordo com o comunicado, "foi solicitada, apenas, a possibilidade de representantes de movimentos exporem os motivos dos seus recentes posicionamentos em relação à situação na Educação".

TD.

Lusa/fim

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