terça-feira, 22 de abril de 2008

Coimbra: FENPROF garante que professores vão lutar até Governo deixar de "destruir a escola pública"

O coordenador da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) garantiu hoje que a luta dos professores "não vai acabar enquanto este Governo continuar a destruir a escola pública", apesar do memorando de entendimento assinado com o Ministério da Educação.

Numa sessão de esclarecimento de professores realizada em Coimbra, no Jardim da Sereia, que juntou cerca de meio milhar de docentes, Mário Nogueira disse que o entendimento com o Ministério teve como objectivo "salvar o terceiro período", para garantir estabilidade aos alunos.

"Não há qualquer acordo relativamente às políticas educativas. A senhora ministra e esta política educativa não foi salva aos olhos dos professores e vai continuar a ser combatida", disse o dirigente sindical aos jornalistas.

Mário Nogueira rejeitou que o memorando de entendimento assinado com o Ministério tenha provocado brechas ou "quebras de solidariedade" na união entre os professores, admitindo que tenha existido alguma "confusão" sobre o acordo alcançado.

"Neste momento, há muita falta de informação. Acho que aquele memorando de entendimento originou alguma confusão nas escolas mas, à medida que vão decorrendo as iniciativas de esclarecimento, os colegas que se mostravam contra mudam de opinião, porque desconheciam o texto", afirmou.

O coordenador da FENPROF apontou como prioridades na luta dos professores a revogação e revisão do estatuto da carreira docente, do modelo de gestão escolar que o Ministério pretende impor no próximo ano, a legislação sobre educação especial e o encerramento cego de escolas.

"O que vamos continuar a ter é um conjunto de professores que, com uma plataforma sindical activa e unida, vai continuar a combater estas políticas educativas e continuar a exigir uma educação e escola pública com qualidade e uma profissão de professor estável, dignificada e valorizada", frisou o dirigente sindical.

No próximo ano lectivo, acrescentou, os professores vão voltar "a fazer muita pressão sobre este Governo, porque há malfeitorias que foram feitas ao longo de três anos e algumas delas têm ainda de ser desfeitas antes de terminar legislatura".

José Ricardo, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, lamentou que "se tivesse aproveitado o memorando para dividir os professores", salientando que o acordo foi conseguido com "base nas nossas exigências".

Salientando que se trata de um "entendimento pontual e para o imediato", o sindicalista considerou que se deram "passos importantes" para os próximos tempos e que os professores conseguiram uma "grande vitória" ao sentar a ministra da Educação à mesa das negociações, ao fim de três anos.

AMV.

Lusa/Fim


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