"A prova comporta um grande número de questões de resposta imediata e elementar, não aferindo conhecimentos matemáticos importantes, o que perfaz um total de cinco valores. Confirma-se a tendência já patente no exame nacional do 9º ano [...]", afirma a SPM, num parecer sobre a prova realizada hoje por mais de 38 mil alunos.
Por exemplo, aponta a sociedade, uma questão do grupo III "poderia ser abordada numa aula do 9º ano e resolvida por considerações de simples bom senso", enquanto outra do grupo II "pouco ou nada avalia em termos matemáticos, testando apenas a destreza no uso da calculadora".
"O grau de dificuldade deste exame é inferior ao do ano passado. O padrão utilizado pelo Gabinete de Avaliação Educacional para avaliar o desempenho dos alunos não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham e não ajuda os professores a incentivarem os alunos a aprofundar os seus conhecimentos", acrescenta.
No entanto, a SPM reconhece que a prova cobre o programa no essencial, sem qualquer erro científico ou de formulação, sendo a linguagem adequada e clara, "o que denota um progresso relativamente às questões demasiado palavrosas e de interpretação dúbia, habituais em anos transactos".
Acrescenta ainda que o exame contempla questões sobre temas importantes do programa do 12º ano, como continuidade, cálculo diferencial e estudo de limites, "tópicos em que professores e alunos investem bastante ao longo do ano lectivo e que não têm sido suficientemente avaliados".
Quanto à prova de Matemática B, realizada também hoje mas por quase sete mil estudantes, a SPM considera-a "excessivamente fácil", omitindo por completo conteúdos programáticos importantes, como estatística, geometria analítica ou programação linear.
"Nos anos anteriores, os exames de Matemática B tinham um grau de dificuldade relativamente elevado, talvez até mesmo excessivo se atendermos às características dos alunos que frequentam a disciplina. Este ano, passou-se para o extremo oposto, fazendo-se uma prova demasiado fácil, que não premeia o esforço desenvolvido ao longo do ano por professores e alunos", lê-se no parecer.
Por outro lado, a SPM sublinha que o grupo IV da prova, cotado em 20 pontos numa escala de 0 a 200, está "perfeitamente ao alcance" de um aluno do 7º ano e o VI pode ser "facilmente" resolvido por um estudante do 9º ano.
Sobre o exame do 9º ano, a sociedade qualificou-o como um dos mais fáceis, "senão o mais elementar", dos últimos anos, sublinhando que "a nivelação por baixo" poderá ter custos futuros "muito graves".
MLS.
Lusa/Fim
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