Penso que depois de ver estes últimos desenvolvimentos sobre a avaliação dos professores sabemos claramente que o Ministério da Educação não está de boa fé.
Se o que pretendemos é mesmo uma avaliação que seja justa, que termine, como sempre se disse, com a divisão estúpida dos professores entre titulares e não titulares (ou professores bons e professores menos competentes, incapazes de desempenhar funções de relevo - onde eu estou "colocado" por ordem Ministerial) é chegada a hora de dizermos basta a tudo isto. Não chegaram as manifestações e a greve que foi apenas "significativa" para o Ministério? Estamos à espera de quê então? Não se assinaram moções em diversas escolas a dizer que não participaríamos em nada relacionado com esta avaliação? Então faça-se isso colegas. É hora de assumirmos o que assinamos, de cara bem levantada e sem receio. Afirmar que não o fizemos sob qualquer tipo de pressão nem andamos a ser instrumentalizados (como vieram dizer alguns iluminados na praça pública).
Há colegas que têm medo? Medo tiveram os nossos pais no tempo da PIDE! Medo a sério! Medo tiveram os que recorreram à fuga de Portugal como única possibilidade de sobrevivência nesse tempo de ditadura. Alguns desses parece que se esqueceram rapidamente do que passaram pois apoiam todos estes atentados à Escola Pública e à democracia. Não tenho dúvidas de que estamos numa ditadura camuflada, sem precedentes. A fazer lembrar alguns dos tiques já revelados por outro partido político aquando do banho sobre os polícias que se manifestaram certa altura em Lisboa. Mas a Ditadura camuflada que hoje se vive tem tons rosa. Este tom de rosa, que se desloca lado a lado com as fraudes que se têm visto em vários sectores públicos e privados, tem tomado posições intimidatórias a quem pensa por si.
Outro "fenómeno" que está a emergir novamente, também dentro das nossas escolas, é o dos famosos boys and girls, que aspiram a algo mais do que a simples escola, e que abanam a tudo afirmativamente com a cabeça, como aqueles cães que vemos na parte de trás de alguns carros aí pelas nossas estradas. Estão na escola porque gostam muito de ensinar, dizem eles. Mas mal podem dão o salto para os tachos em cargos para os quais o mérito, tão propalado por todo este governo, nada conta.
Medo dos gestores ou dos executivos? Que se lixem (para não usar outro termo mais ofensivo…) todos os executivos ou gestores que estão do lado do Ministério por medo, por serem demasiados cobardes, por serem demasiado medíocres, por não terem coragem de assumir uma postura de defesa da Escola Pública, dos professores, dos alunos e de toda a comunidade educativa. Esqueceram-se de que eram também Professores e passaram facilmente para o outro lado. O lado do facilitismo para os amigos, da pressão constante sobre os Professores, o lado de forçar a fazer uma avaliação injusta para não serem mal vistos e obterem excelentes avaliações e bonificações (agora tendo em conta o SIADAP alguns bem se podem entalar), o lado fácil da cor política que lhes pode dar algo melhor que "a porcaria" da escola onde estão. Perderam, com a maior das facilidades, o pensamento próprio para passarem a andar ao sabor dos e-mails, telefonemas e reuniões marcadas em menos de 24 horas pelas DRE e do ME.
É isto que todos nós queremos? Quando digo nós digo Professores, não digo professores com horizontes ou interesses muito além das escolas e presos por cores ou cartões…
É este "eu quero, posso e mando!" que desejamos ter no nosso dia-a-dia, na escola e na vida?
É este constante impasse de reuniões com o ME que queremos? Onde "tudo estará em cima da mesa", onde nada se pode debater ou falar, a não ser abanar a cabeça em concordância com o modelo de avaliação do Chile?
É esta constante campanha contra a Escola Pública e contra os Professores que pretendemos daqui para a frente, para melhorar o Ensino Público?
É tudo uma questão de ganhar tempo… atirar areia para os olhos de todos e dar tempo para mais um despacho ou outro e-mail, no pior spam alguma vez visto em Portugal, para amedrontar os Professores mais incautos!
Apenas temos que honrar e assumir aquilo que assinamos! Teremos que nos manter unidos, sem ceder a pressões ou a ameaças, venham elas de onde vierem.
Comigo não contam para esta "fiesta"… Nem o PS, nem este modelo de avaliação!
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