«Pareceu-nos que o exame de Matemática A foi bastante menos fácil que na primeira fase», confirmou ao SOL o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato.
Para o dirigente, como se dá a possibilidade de um aluno escolher entre as duas fases «isto coloca em grande desigualdade alunos que fizeram o exame em fases diferentes e concorrem à universidade na mesma altura».
«Não sabemos assim o estado do ensino em Portugal, porque os exames nunca são comparáveis com os de outros anos», lembra ainda Nuno Crato, que diz ter a SPM vindo a alertar para isso «há vários anos».
Segundo a SPM, essa impossibilidade de comparar exames é ainda mais notória agora: «Não só são diferentes de ano para ano, como este ano já são diferentes de fase para fase».
«As classificações que os estudantes obtém são devidas não ao seu trabalho e conhecimentos, mas muito devido à aleatoriedade dos exames que o Ministério produz», conclui Nuno Crato.
Nos exames de Matemática B, a SPM não encontrou dificuldades de maior relativamente à primeira fase:«O presente exame é um pouco mais difícil; mas se a compararmos com as provas de anos anteriores, é uma prova extremamente fácil e que não permite testar de forma adequada os conhecimentos dos alunos», diz o parecer da SPM.
Recorde-se que ainda ontem a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, recusou o facilitismo dos exames da primeira fase, apesar da média anual ter passado de 10 para 12 valores, e para 14 se forem contabilizados apenas os alunos que assistiram às aulas todo o ano.
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