A quebra de resultados nos exames de Português do 12º ano deveu-se «exclusivamente» a uma prova «duvidosa e mal formulada» e não à falta de preparação dos alunos, considerou esta segunda-feira a Associação de Professores de Português, escreve a Lusa.
«Os maus resultados não surpreenderam porque a prova apresentava toda uma série de questões mal formuladas que levaram os alunos à confusão. Esta quebra não se deve a falta do bom ensino de Português ou falta de preparação, mas sim exclusivamente à prova que os alunos tiveram à frente», afirmou à agência Lusa a vice-presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Antunes Ferreira.
A responsável lembrou que tanto o primeiro como o segundo grupo do exame de Português do 12º ano «suscitaram várias dúvidas» à APP e a inúmeros professores, salientando que «nem os alunos nem os docentes podem ser responsabilizados pelos fracos resultados».
«Os professores leccionaram e preparam os alunos este ano como sempre o fizeram nos anos anteriores. Há uma coisa que está mal nisto tudo e de certeza que não é a forma como os professores leccionam o Português», reiterou.
A média de notas no exame de Português do 12º deste ano ficou abaixo dos 10 valores (numa escala até 20) pela primeira vez em três anos, situando-se nos 9,7 valores face aos 10,8 de 2007.
Média das notas a Português abaixo dos 10 valores
Exames: Governo está a trabalhar para as eleições
Dos 60.281 alunos que este ano fizeram a prova de Português «chumbaram» 8 por cento (um acréscimo face aos 5 por cento verificados em 2007 e 2006).
A média de notas tem vindo a decrescer: dos 11,6 valores de 2006 passou-se para 10,8 valores no ano passado e para os 9,7 valores deste ano.
Edviges Antunes Ferreira afirmou ver «com bons olhos» o reforço das medidas de apoio da disciplina no Secundário anunciado pelo Ministério da Educação na sexta-feira passada.
«Quebra não é significativa»
O secretário de Estado Valter Lemos disse na sexta-feira à Lusa que «esta pequena quebra» nos resultados dos exames nacionais de Português do 12º ano «não é muito significativa», mas é suficiente para «preocupar» o Governo, pelo que serão adoptadas «algumas medidas de apoio e de reforço no ensino de português no secundário».
Ainda que o resultado final não seja «um resultado muito mau», uma vez que «está no limiar da positiva», o secretário de Estado da Educação reconheceu que a baixa dos resultados a Português causa preocupação.
http://diario.iol.pt/sociedade/portugues-alunos-escola-exames-educacao-professores/969685-4071.html
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