O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, criticou hoje o facilitismo no acesso a alguns cursos de engenharia, após um ensino secundário onde a formação nas áreas da matemática, física e química é insuficiente. Segundo Fernando Santo, devido à falta de formação básica nas áreas de engenharia, "as universidades e os politécnicos têm pela frente um problema".
"Ou mantêm as regras de exigência adequadas às formações e exigências que querem garantir no final dos cursos aos seus alunos - e então terão muitos poucos alunos e estará em causa a sua sobrevivência -, ou têm de abrir as portas para adequar as exigências à falta de formação nivelando por baixo e, infelizmente, é isso o que está a suceder em muitas escolas", afirmou o bastonário, no dia em que foram conhecidas as vagas no ensino superior público para o próximo ano lectivo.
O bastonário realçou, ainda, que no ano passado "apenas quatro Institutos Politécnicos exigiam matemática como cadeira específica" para cursos de engenharia, pelo que "os alunos poderiam entrar nos outros politécnicos sem matemática, porque não era exigida". "É por esta via do facilitismo que estamos a encher o número de vagas, que são desejáveis a nível do país, mas que tem aqui um 'handicap' grave em termos de formação base", realçou.
Fernando Santo salientou que, quanto aos engenheiros, não há excesso de vagas, porque o mercado do país tem capacidade de absorver estes profissionais. "Não temos é cursos de ensino médio que sejam excelentes e isso obrigava a reconverter muitos Politécnicos e muitas escolas que se dizem do Ensino Superior e que são más escolas do Ensino Superior e que poderiam ser óptimas escolas do ensino médio", defendeu, salientando a necessidade de um grupo de profissionais com uma formação média, essenciais na esmagadora maioria de empresas de pequena ou media dimensão, que representam a maioria do tecido empresarial português.
Mais de 300 cursos de engenharia com designações diferentes
Para Fernando Santo, estas escolas deveriam funcionar como alternativa às universidades e politécnicos e "era para elas que deveria ser orientado quem não quer ir para a Universidade ou quem não tem formação adequada aos patamares de exigência que não são os nossos actuais". "As escolas hoje estão em concorrência umas com as outras por causa do financiamento baseado no número de alunos. Nós temos mais de 300 cursos de engenharia com designações diferentes e esta proliferação é de facto um desastre sobre o ponto de vista de orientação dos alunos e reconhecimento pela sociedade", concluiu.
Como pontos positivos das vagas disponíveis para o próximo ano, Fernando Santo destacou os aumentos na ordem dos 5,2 por cento na área das ciências e de 3,8 por cento nas tecnologias, representando cerca de um terço das vagas totais do Ensino Superior, e ainda o aumento de lugares em regime pós-laboral.
As vagas abertas no ensino superior público para o próximo ano lectivo, divulgadas hoje, apresentam mais 1505 lugares face ao ano passado. O ensino superior politécnico foi o grande responsável pelo aumento do número de vagas, pois disponibiliza mais 1166 lugares, enquanto o ensino superior universitário apenas criou mais 339.
Por área de formação, os cursos em que se registou um maior aumento de vagas foram os de Ciências e Tecnologias (mais 635 lugares, o que os coloca na liderança com um total de 17.117 vagas) e os de Ciências Sociais (com mais 612), seguindo-se, a larga distância, os de Saúde e Protecção Social (com mais 191). O aumento do número de vagas para horários pós-laborais cresceu 60,7 por cento, passando de 2160 em 2007 para 3471 em 2008.
A Ordem dos engenheiros reconhece todos os cursos de engenharia do país homologados pelo Ministério do Ensino Superior. Mas para entrar na Ordem, os candidatos têm de fazer um exame de admissão, do qual são dispensados os licenciados em cursos que foram avaliados segundo critérios da Ordem com nota positiva.
"Ou mantêm as regras de exigência adequadas às formações e exigências que querem garantir no final dos cursos aos seus alunos - e então terão muitos poucos alunos e estará em causa a sua sobrevivência -, ou têm de abrir as portas para adequar as exigências à falta de formação nivelando por baixo e, infelizmente, é isso o que está a suceder em muitas escolas", afirmou o bastonário, no dia em que foram conhecidas as vagas no ensino superior público para o próximo ano lectivo.
O bastonário realçou, ainda, que no ano passado "apenas quatro Institutos Politécnicos exigiam matemática como cadeira específica" para cursos de engenharia, pelo que "os alunos poderiam entrar nos outros politécnicos sem matemática, porque não era exigida". "É por esta via do facilitismo que estamos a encher o número de vagas, que são desejáveis a nível do país, mas que tem aqui um 'handicap' grave em termos de formação base", realçou.
Fernando Santo salientou que, quanto aos engenheiros, não há excesso de vagas, porque o mercado do país tem capacidade de absorver estes profissionais. "Não temos é cursos de ensino médio que sejam excelentes e isso obrigava a reconverter muitos Politécnicos e muitas escolas que se dizem do Ensino Superior e que são más escolas do Ensino Superior e que poderiam ser óptimas escolas do ensino médio", defendeu, salientando a necessidade de um grupo de profissionais com uma formação média, essenciais na esmagadora maioria de empresas de pequena ou media dimensão, que representam a maioria do tecido empresarial português.
Mais de 300 cursos de engenharia com designações diferentes
Para Fernando Santo, estas escolas deveriam funcionar como alternativa às universidades e politécnicos e "era para elas que deveria ser orientado quem não quer ir para a Universidade ou quem não tem formação adequada aos patamares de exigência que não são os nossos actuais". "As escolas hoje estão em concorrência umas com as outras por causa do financiamento baseado no número de alunos. Nós temos mais de 300 cursos de engenharia com designações diferentes e esta proliferação é de facto um desastre sobre o ponto de vista de orientação dos alunos e reconhecimento pela sociedade", concluiu.
Como pontos positivos das vagas disponíveis para o próximo ano, Fernando Santo destacou os aumentos na ordem dos 5,2 por cento na área das ciências e de 3,8 por cento nas tecnologias, representando cerca de um terço das vagas totais do Ensino Superior, e ainda o aumento de lugares em regime pós-laboral.
As vagas abertas no ensino superior público para o próximo ano lectivo, divulgadas hoje, apresentam mais 1505 lugares face ao ano passado. O ensino superior politécnico foi o grande responsável pelo aumento do número de vagas, pois disponibiliza mais 1166 lugares, enquanto o ensino superior universitário apenas criou mais 339.
Por área de formação, os cursos em que se registou um maior aumento de vagas foram os de Ciências e Tecnologias (mais 635 lugares, o que os coloca na liderança com um total de 17.117 vagas) e os de Ciências Sociais (com mais 612), seguindo-se, a larga distância, os de Saúde e Protecção Social (com mais 191). O aumento do número de vagas para horários pós-laborais cresceu 60,7 por cento, passando de 2160 em 2007 para 3471 em 2008.
A Ordem dos engenheiros reconhece todos os cursos de engenharia do país homologados pelo Ministério do Ensino Superior. Mas para entrar na Ordem, os candidatos têm de fazer um exame de admissão, do qual são dispensados os licenciados em cursos que foram avaliados segundo critérios da Ordem com nota positiva.
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