Domingos, de Andrade.
1. É fácil bater nos professores. Se o Ensino é medíocre, a culpa é dos docentes que não têm preparação. Se as reformas não avançam, a culpa é dos lóbis corporativistas residentes no ministério. Se há violência, é preciso procurar a origem na Escola. Se há desrespeito, são os docentes que não impõem autoridade. Se impõem autoridade, são a origem da violência. Se aprovam alunos, são facilitistas. Se os reprovam, estragam as estatísticas de bom desempenho. E a cereja no topo do bolo usufruem de regalias que a grande maioria dos portugueses não tem, nem nunca terá.
Nada disto deixa de ter o seu quê de verdade, como tudo isto é do populismo mais barato que existe. Porque, se é inegável que o mal de que enferma a Escola está muito no desleixo e na incúria a que os docentes se foram permitindo, é inegável a falta de estratégia e de visão de sucessivos governos.
2. O novo processo de avaliação dos professores é apenas mais uma das trapalhadas. E a barafunda é tal que a ministra conseguiu unir o descontentamento dos professores, independentemente da inclinação partidária.
Os motivos são óbvios. Não há nenhum sistema credível que avance para uma avaliação de desempenho a meio do ano. A própria definição dos objectivos é algo avesso às escolas, até aqui habituadas a andar ao deus-dará. Acresce o absurdo dos métodos, como colocar professores a avaliar professores, obrigando à presença em sala para lá do razoável, logo a descurar as próprias aulas, ou, o mais inacreditável, contar para efeitos de avaliação as notas dos alunos. Não haverá professor que se atreva a reprovar seja quem for.
O pior, claro, é deixar tudo na mesma. Mas, com este processo, a ministra corre o risco de perder em toda a linha e de ver desvalorizadas as medidas positivas que foi tomando.
P.S. - Longe vão os dias em que o primeiro-ministro deixava os seus ministros em roda livre. Sócrates está transformado no bombeiro do Governo, acudindo às políticas mais incendiárias, como tenta fazer agora na Educação. Ainda reage mal às manifestações, aos apupos e aos assobios, como no sábado com os professores, mas não tarda muito até o vermos seguir os passos dialogantes de Guterres.
1. É fácil bater nos professores. Se o Ensino é medíocre, a culpa é dos docentes que não têm preparação. Se as reformas não avançam, a culpa é dos lóbis corporativistas residentes no ministério. Se há violência, é preciso procurar a origem na Escola. Se há desrespeito, são os docentes que não impõem autoridade. Se impõem autoridade, são a origem da violência. Se aprovam alunos, são facilitistas. Se os reprovam, estragam as estatísticas de bom desempenho. E a cereja no topo do bolo usufruem de regalias que a grande maioria dos portugueses não tem, nem nunca terá.
Nada disto deixa de ter o seu quê de verdade, como tudo isto é do populismo mais barato que existe. Porque, se é inegável que o mal de que enferma a Escola está muito no desleixo e na incúria a que os docentes se foram permitindo, é inegável a falta de estratégia e de visão de sucessivos governos.
2. O novo processo de avaliação dos professores é apenas mais uma das trapalhadas. E a barafunda é tal que a ministra conseguiu unir o descontentamento dos professores, independentemente da inclinação partidária.
Os motivos são óbvios. Não há nenhum sistema credível que avance para uma avaliação de desempenho a meio do ano. A própria definição dos objectivos é algo avesso às escolas, até aqui habituadas a andar ao deus-dará. Acresce o absurdo dos métodos, como colocar professores a avaliar professores, obrigando à presença em sala para lá do razoável, logo a descurar as próprias aulas, ou, o mais inacreditável, contar para efeitos de avaliação as notas dos alunos. Não haverá professor que se atreva a reprovar seja quem for.
O pior, claro, é deixar tudo na mesma. Mas, com este processo, a ministra corre o risco de perder em toda a linha e de ver desvalorizadas as medidas positivas que foi tomando.
P.S. - Longe vão os dias em que o primeiro-ministro deixava os seus ministros em roda livre. Sócrates está transformado no bombeiro do Governo, acudindo às políticas mais incendiárias, como tenta fazer agora na Educação. Ainda reage mal às manifestações, aos apupos e aos assobios, como no sábado com os professores, mas não tarda muito até o vermos seguir os passos dialogantes de Guterres.
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