terça-feira, 20 de maio de 2008

Contratos dos professores das AEC dependem das autarquias - Valter Lemos

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, disse hoje que o processo contratual dos professores que trabalham nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) depende das Câmaras Municipais, em resposta a acusações da Fenprof.

"Os professores são contratados pelas autarquias e o Ministério da Educação financia as Câmaras Municipais" para esse efeito, explicou Valter Lemos em declarações à Agência Lusa.

O governante disse, também, que vai ser fixada a remuneração mínima obrigatória para estes professores, tendo em conta que estavam a ser pagos abaixo do que devia ser.

O valor que vai ser fixado, que entrará em vigor no próximo ano lectivo, corresponde aos valores de um professor contratado pelo Ministério da Educação, segundo Valter Lemos.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) exigiu hoje o fim dos "falsos recibos verdes" no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), garantindo que "a esmagadora maioria" dos 15.000 professores envolvidos têm contratos de prestação de serviços.

Em comunicado, a Fenprof diz que o Ministério da Educação mantém os cerca de 15.000 professores envolvidos nas AEC "numa situação extremamente precária e instável, aproveitando-se do negro quadro de desemprego que atinge os profissionais docentes".

"Trata-se de um grupo de trabalhadores altamente qualificado que trabalha a recibo verde para a estrutura do Estado. Isto é, sem qualquer contrato ou vínculo laboral, com baixos salários e não lhes sendo reconhecidos quaisquer direitos ou garantias. Apenas deveres", lamenta a Fenprof.

Um despacho divulgado segunda-feira pela tutela define o valor mínimo das remunerações por hora lectiva, de acordo com as habilitações dos professores, tal como a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular tinha recomendado.

CMP/MLS/FC.

Lusa/Fim

3 comentários:

Fir disse...

Para além de trabalho precário, muitos têm salários em atraso. Já para não falar dos que são "agenciados" por empresas que fazem negócios com as Câmaras e vivem à custa do trabalho de outrém. Isto das AEC dá dinheiro a muita gente.
Se o ME tivesse vergonha na cara, teria feito as coisas de outra maneira. As remunerações já deviam ter sido fixadas há muito e os professores deveriam ter contratos com o ME (não com as Câmaras ou com essas empresas) e deveriam poder progredir na carreira, tal como qualquer outro. Além disso, as actividades deveriam ser mais diversificadas e deveria haver maior articulação entre as actividades curriculares e as AEC.

Super disse...

É a primeira vez que visito o blog e achei interessante deixar também o meu contributo para esta revolta.
Trabalho nas AEC´s há cerca de 3 anos e já estive a ganhar mais que neste momento, pois a gestão das AEC´s mudou de empresa. Neste momento estou a receber bem abaixo do índice 125, mesmo sabendo que deveria receber pelo 151. É uma vergonha, o Ministério não controla nada, as Câmaras e as empresas que gerem as AEC`s, ficam com o dinheiro que era suposto ser para quem trabalha, nós professores. Só temos deveres, direitos... nada. E o Ministério da Educação não fiscaliza que esta gente está toda no incumprimento da lei. Hajam contratos e direitos para nós, os trabalhadores. Há gente a enriquecer à custa dos professores.
Merecemos mais que isto, acima de tudo merecemos respeito.

Bem hajam

Super

Anónimo disse...

Há dois anos que dou aulas nas chamadas aec's. Para usufruir do meu salário vejo-me obrigada a passar o dito recibo verde.
Somos diferentes dos outros professores? Onde estão os contratos de trabalho? Quais as nossas regalias?