terça-feira, 20 de maio de 2008

Transições muito bruscas

Investigadores defendem fusão entre o 1º e 2º ciclos do ensino básico

Desarticulação. Para os autores do estudo "A Educação das crianças dos 0 aos 12 anos" este é um dos problemas na origem de várias falhas do sistema educativo.

Há desarticulação de políticas entre sucessivos governos, "como se tudo tivesse sempre de ser questionado e alterado"; incoerência entre as "intenções democratizadoras" da legislação e o "pouco apoio dado a crianças com pertenças sociais e culturais diversificadas"; e há também uma "ruptura" no processo de escolarização das crianças, "com transições por vezes traumáticas na passagem do pré-escolar para o 1.º ciclo e deste para o 2.º ciclo", aponta-se nas conclusões do referido estudo.

Por isso, e à semelhança do que acontece em vários países europeus, os investigadores que participaram no estudo do Conselho Nacional de Educação defendem uma alteração da organização do sistema educativo, com a fusão entre o 1.º e o 2.º ciclo do ensino básico, ou seja, a criação de um ciclo único de seis anos, em que o modelo que existe para os primeiros quatro anos da escola se estenderia por mais dois, com alterações menos "bruscas".

Neste modelo, o professor que começa a trabalhar com uma turma no 1.º ano da escola acompanharia os seus alunos até ao 6.º. Progressivamente, seria co-adjuvado por outros colegas em áreas mais específicas.

Este reorganização permitira ainda aproximar o trabalho dos docentes do 1.º e do 2.º ciclo. O que acontece no actual sistema é que, para "os primeiros o que interessa é que os alunos aprendam, enquanto para os segundos o que interessa é que a sua disciplina seja aprendida". "Para os primeiros o foco são os alunos, enquanto para os segundos o foco é a disciplina escolar."

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329346

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