O reconhecimento de que o Dr. Miguel Sousa Tavares se encontra em desvantagem face à professora da Escola Secundária de Barcelos, Ana Maria Gomes, obriga-me a redigir este texto. Não é justo, numa sociedade democrática, que alguém seja interpelado sem conhecer bem o seu contendor… noblesse oblige. Ana Maria Gomes sabe quem Miguel Sousa Tavares é. Miguel Sousa Tavares, com toda a certeza, desconhece quem Ana Maria Gomes seja, além de professora de Português da Escola Secundária de Barcelos. Vou, pois, apresentar-lhe esta pessoa e faço-o como Coordenadora do Departamento de Humanidades da escola onde a referida professora lecciona e no qual se integra.
Ana Maria Gomes Cameselle Mendez, é este o seu nome completo, é professora há 27 anos. A sua actividade profissional tem sido rica e variada: além de ter leccionado em todos os níveis de ensino, desde o 3º ciclo ao secundário, foi Directora de Turma, membro do Conselho Directivo e é já, pelo oitavo ano, directora da revista da escola, “Amanhecer”. Mas não é a enumeração de cargos que revela o verdadeiro perfil desta professora e, porque eu posso soar suspeita, passarei a palavra a uma aluna que, no ano lectivo transacto, quis escrever sobre a sua professora de Português. Deu apenas o seu primeiro nome, para não ser acusada de bajuladora, e não revelou o nome da professora, para que não se considerasse que a revista estava a ser um meio de promoção pessoal da sua directora (à data, a Ana Maria Gomes), mas eu sei que o texto lhe é dirigido, pois a aluna, Bárbara Santos, me pediu a mim que o corrigisse, antes de o entregar à equipa da revista. Transcrevo a parte final do seu texto: “Mas, como em todas as profissões, é necessário destacar certos profissionais! Na minha opinião, na minha escola, é gratificante ser ensinada por uma fantástica professora de português… uma grande profissional, com uma grande personalidade, uma grande força de viver e grande carácter de lutadora. É impressionante o que esta professora me consegue dar!!! É de elogiar e honrar o amor à profissão que esta senhora tem! Ainda gostava de entender como é que esta senhora de que vos falo me consegue proporcionar, a mim e aos meus colegas, tudo isto numa hora e meia, e ainda consegue leccionar o programa todo!!! É esplêndido ter como professora uma profissional assim!!! Já ensinou e continua a ensinar várias gerações de adolescentes e é extraordinária a forma como se aproxima e compreende todas elas!!! Sabe diferenciar as variadas fases da vida e a mudança dos tempos!!! É impressionante, mas é das poucas pessoas que, dentro de uma sala de aula, consegue considerar os alunos todos iguais e todos diferentes… e, ao contrário de muitos, é incapaz de marginalizar alunos… É, de facto, de admirar a capacidade intelectual e humana desta professora que, no meio desta sociedade, se destaca com um grande profissionalismo!!! Agradeço-lhe o facto de todos os dias me abrir os olhos para a realidade da vida… Para sempre, o meu muito obrigada!” (in “Amanhecer”, nº25, 2007).
Poder-se-á alegar que o texto da Bárbara, apesar de amável, não bastará para traçar o perfil da professora em causa. Contudo, não foi a única a desejar prestar homenagem à sua professora. Cláudia Pinto, que já foi aluna desta escola, publicou um livro de poesia, “Poemas com Alma”, e nos agradecimentos referiu: “Em primeiro lugar, queria agradecer à professora Ana Maria Cameselle, por, em 2000, após ter lido os meus poemas na revista “Amanhecer” ter contactado a minha professora de Inglês, na época, Júlia Carvalhal (a quem também agradeço), no sentido de eu participar no concurso de poesia que me levou à Antologia Jovens Poetas do Baixo Minho.”. Também Cristina Barbosa, vencedora do ano 2007 do concurso “Uma Aventura… Literária“, promovido pela Editorial Caminho, numa entrevista para um jornal local, fez questão de “(…) deixar um agradecimento à professora Ana Maria Cameselle, pelo apoio e pelo incentivo à escrita e à participação.” (in “Jornal de Barcelos”, 23 de Maio de 2007). Poderia recuar nos anos e apresentar outros exemplos, mas creio que tal não será necessário. Julgo que estes três testemunhos bastarão para fazer fé da pessoa e profissional que escreveu, um dia, uma carta dirigida a V. Excia., por se ter sentido ferida na sua dignidade de professora.
Concluo com um poema escrito pela própria professora, Ana Maria Gomes C. Mendez, em homenagem à poetisa que sempre exaltou entusiasticamente, tanto nas aulas como nas conversas privadas:
A Sophia
Quiseste preservar da decadência e da ruína
O instante real do tempo dividido
Fizeste as coisas mergulharem nas águas
Profundas e transparentes
Para que a aliança do mundo não se quebrasse
E a plenitude acontecesse
Num reino de conquista da justiça e da verdade.
Sentiste-te, qual Orpheu, em união sagrada
Com a natureza e com a vida
Convidaste as Nereides a contemplarem contigo
O mar, as ondas, a areia,
O teu mundo misterioso e antigo
Onde vozes diferentes comunicam
O caminho da redenção e da liberdade
Ressurgirás sempre que a luz branca iluminar
A mente dos que te lêem.
E a tua voz anunciará:
“Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto ao mar”
Convidar-nos-ás então a subir contigo até às fontes
E a observar as nossas imagens reflectidas nos espelho
Para a purificação do mundo.
Com os melhores cumprimentos,
Ana Maria Gomes Cameselle Mendez, é este o seu nome completo, é professora há 27 anos. A sua actividade profissional tem sido rica e variada: além de ter leccionado em todos os níveis de ensino, desde o 3º ciclo ao secundário, foi Directora de Turma, membro do Conselho Directivo e é já, pelo oitavo ano, directora da revista da escola, “Amanhecer”. Mas não é a enumeração de cargos que revela o verdadeiro perfil desta professora e, porque eu posso soar suspeita, passarei a palavra a uma aluna que, no ano lectivo transacto, quis escrever sobre a sua professora de Português. Deu apenas o seu primeiro nome, para não ser acusada de bajuladora, e não revelou o nome da professora, para que não se considerasse que a revista estava a ser um meio de promoção pessoal da sua directora (à data, a Ana Maria Gomes), mas eu sei que o texto lhe é dirigido, pois a aluna, Bárbara Santos, me pediu a mim que o corrigisse, antes de o entregar à equipa da revista. Transcrevo a parte final do seu texto: “Mas, como em todas as profissões, é necessário destacar certos profissionais! Na minha opinião, na minha escola, é gratificante ser ensinada por uma fantástica professora de português… uma grande profissional, com uma grande personalidade, uma grande força de viver e grande carácter de lutadora. É impressionante o que esta professora me consegue dar!!! É de elogiar e honrar o amor à profissão que esta senhora tem! Ainda gostava de entender como é que esta senhora de que vos falo me consegue proporcionar, a mim e aos meus colegas, tudo isto numa hora e meia, e ainda consegue leccionar o programa todo!!! É esplêndido ter como professora uma profissional assim!!! Já ensinou e continua a ensinar várias gerações de adolescentes e é extraordinária a forma como se aproxima e compreende todas elas!!! Sabe diferenciar as variadas fases da vida e a mudança dos tempos!!! É impressionante, mas é das poucas pessoas que, dentro de uma sala de aula, consegue considerar os alunos todos iguais e todos diferentes… e, ao contrário de muitos, é incapaz de marginalizar alunos… É, de facto, de admirar a capacidade intelectual e humana desta professora que, no meio desta sociedade, se destaca com um grande profissionalismo!!! Agradeço-lhe o facto de todos os dias me abrir os olhos para a realidade da vida… Para sempre, o meu muito obrigada!” (in “Amanhecer”, nº25, 2007).
Poder-se-á alegar que o texto da Bárbara, apesar de amável, não bastará para traçar o perfil da professora em causa. Contudo, não foi a única a desejar prestar homenagem à sua professora. Cláudia Pinto, que já foi aluna desta escola, publicou um livro de poesia, “Poemas com Alma”, e nos agradecimentos referiu: “Em primeiro lugar, queria agradecer à professora Ana Maria Cameselle, por, em 2000, após ter lido os meus poemas na revista “Amanhecer” ter contactado a minha professora de Inglês, na época, Júlia Carvalhal (a quem também agradeço), no sentido de eu participar no concurso de poesia que me levou à Antologia Jovens Poetas do Baixo Minho.”. Também Cristina Barbosa, vencedora do ano 2007 do concurso “Uma Aventura… Literária“, promovido pela Editorial Caminho, numa entrevista para um jornal local, fez questão de “(…) deixar um agradecimento à professora Ana Maria Cameselle, pelo apoio e pelo incentivo à escrita e à participação.” (in “Jornal de Barcelos”, 23 de Maio de 2007). Poderia recuar nos anos e apresentar outros exemplos, mas creio que tal não será necessário. Julgo que estes três testemunhos bastarão para fazer fé da pessoa e profissional que escreveu, um dia, uma carta dirigida a V. Excia., por se ter sentido ferida na sua dignidade de professora.
Concluo com um poema escrito pela própria professora, Ana Maria Gomes C. Mendez, em homenagem à poetisa que sempre exaltou entusiasticamente, tanto nas aulas como nas conversas privadas:
A Sophia
Quiseste preservar da decadência e da ruína
O instante real do tempo dividido
Fizeste as coisas mergulharem nas águas
Profundas e transparentes
Para que a aliança do mundo não se quebrasse
E a plenitude acontecesse
Num reino de conquista da justiça e da verdade.
Sentiste-te, qual Orpheu, em união sagrada
Com a natureza e com a vida
Convidaste as Nereides a contemplarem contigo
O mar, as ondas, a areia,
O teu mundo misterioso e antigo
Onde vozes diferentes comunicam
O caminho da redenção e da liberdade
Ressurgirás sempre que a luz branca iluminar
A mente dos que te lêem.
E a tua voz anunciará:
“Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto ao mar”
Convidar-nos-ás então a subir contigo até às fontes
E a observar as nossas imagens reflectidas nos espelho
Para a purificação do mundo.
(in “Amanhecer”, nº23, Maio 2005)
Com os melhores cumprimentos,
Fátima Inácio Gomes
Coordenadora do Departamento de Humanidades
Da Escola Secundária de Barcelos
Coordenadora do Departamento de Humanidades
Da Escola Secundária de Barcelos
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