quinta-feira, 1 de maio de 2008

José Matias denuncia as actuais políticas educativas

Eu lamento:


1. Ver jovens, alguns com boas capacidades, andarem a perder-se na inépcia deste ensino, cheio de facilidades, ensombrado frequentemente pela indisciplina corrosiva.

2. Observar no dia-a-dia alunos com vontade de fazerem, trabalharem e cultivarem-se, serem irremediavelmente prejudicados por outros que nada querem e que não conseguimos evitar que o façam.

3. Sentir vontade e prazer de ensinar, de formar os futuros técnicos deste país e constatar, no dia-a-dia, que muitos deles simplesmente nada querem aprender (Porquê??).

4. Sentir e constatar que são estes jovens, hoje alunos, que amanhã irão para o mercado de trabalho ajudar à produção da riqueza nacional. Que mais-valias apresentarão ou criarão muitos destes alunos?

5. Ver, no dia-a-dia, excelentes professores, que já deram muito ao ensino e que querem (ou queriam) continuar a dar, sentirem-se humilhados e diminuídos porque o seu trabalho, as suas competências, deixaram de ser reconhecidos, parecendo mesmo que já não são úteis.

6. Ver e concluir que há um enorme fosso entre aquilo que os professores querem para o ensino e aquilo que a Sra Ministra da Educação está a implementar nas escolas portuguesas.

7. Ver e sentir que os valores que nos foram transmitidos pelos nossos pais e avós já não fazem sentido para este Ministério da Educação: a assiduidade dos alunos deixou de ser premiada, o esforço deixa de ter valor, o conhecimento deixa de ser importante, a disciplina pode-se passar sem ela!

8. Ver e constatar que a Sra Ministra da Educação elegeu os professores como alvos a abater, como se os professores fossem a causa de todos os males do ensino em Portugal.

9. Ver e sentir que tudo poderia ter sido muito diferente se a Sra Ministra da Educação não tivesse partido com ideias preconcebidas em relação aos professores e se tivesse disposto, desde o princípio, a querer ouvir os professores, nem que tivesse que ir ao terreno para os auscultar.

10. Ver e sentir que quem sabe do assunto – os professores – é marginalizado, hostilizado, como se se tratasse de um bando de ignorantes, malfeitores ou mentecaptos.

11. Ver e prever que o futuro deste país está comprometido se continuar este tipo de ensino: fraco, sem qualidade e desmotivador.

Portela, 1 de Maio de 2008

José Vagos Carreira Matias
http://www.josematias.pt/

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