quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ensino Superior: Sindicatos querem diálogo com ministro sobre carreiras em 7 dias ou partem para 'outras formas de luta'

Lisboa, 15 Mai (Lusa) - Dois sindicatos do Ensino Superior admitem recorrer à greve ou outras formas de luta se em sete dias o ministro Mariano Gago não iniciar negociações com os docentes sobre a precariedade dos empregos e bloqueio das carreiras no sector.

Em conferência de imprensa, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) acusaram o ministro de falta de diálogo com os sindicatos sobre "a precariedade das carreiras e o bloqueamento das progressões nos escalões salariais e as mudanças de categoria".

Os sindicatos consideram que esta situação tem sido agravada "por força de legislação avulsa ou pretensamente geral" relativa à Administração Pública que tem vindo a ser publicada, criando uma "dispersão legislativa e um clima de instabilidade" no sector, sem que o ministro se pronuncie.

Como exemplo da falta de diálogo, os dois sindicatos apontam um ofício enviado a 01 de Abril solicitando uma reunião urgente a Mariano Gago, que até ao momento não obteve resposta.

Os dois sindicatos salientam que o repto hoje lançado a Mariano Gago se prende com o facto de não aceitarem "negociar à pressa, durante o período de exames ou durante as férias".

Segundo Paulo Peixoto, do SNESup, estão numa situação de precariedade 74 por cento dos docentes do Ensino Superior.

"Em números muito largos, são 25 mil docentes do Ensino Superior, 15 mil no universitário e 10 mil no politécnico", referiu.

Paulo Peixoto salientou que tem tomado o pulso a colegas, que se têm manifestado a favor de "outras formas de luta que não sejam localizadas num só dia, mas que marquem um sentimento de descontentamento contínuo".

"Não há no Ensino Superior uma tradição de recurso à greve como estratégia imediata, mas embora isso não seja uma estratégia que tenhamos discutido em conjunto, é uma medida legal e pode ser adoptada", referiu Paulo Peixoto, realçando que este recurso depende da resposta ou falta dela por parte do ministro Mariano Gago.

Para já, está desde há cerca de uma semana uma petição on-line dirigida ao primeiro-ministro e ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, já assinada por cerca de duas mil pessoas, na qual é pedida a abertura de negociações sobre vínculos e remunerações no Ensino Superior.

Além do abaixo-assinando, já houve contactos com o Conselho de Reitores (CRUP) e com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e serão solicitadas audiências ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ao primeiro-ministro, José Sócrates, e ao Presidente da República, Cavaco Silva.

RCS.

Lusa/Fim

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