Em comunicado, o sindicato revela que recebeu «várias denúncias» de docentes «profundamente escandalizados e revoltados com o Ministério da Educação» por a tutela não lhes reconhecer como serviço extraordinário todo o trabalho de prepraração, execução e correcção das provas.
Segundo a estrutura sindical, o Ministério da Educação (ME) considera que este trabalho deve ser prestado de forma gratuita e suplementar ao exercício de actividade lectiva prevista para o mesmo dia da realização das provas.
No ano passado, numa conferência de imprensa sobre as provas de aferição do 4º e 6º anos, o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, afirmou que a correção das provas não seria paga, já que «faz parte do trabalho dos professores».
«A avaliação dos alunos faz parte do trabalho dos professores», reiterou hoje à Lusa fonte oficial.
O SPRC alega ainda que está a ser exigido aos docentes que trabalham em escolas de regime duplo, no turno da tarde, que sexta e terça feira sejam aplicadores toda a manhã e estejam com a sua turma no turno da tarde, «em cerca de nove horas praticamente sucessivas de actividade com alunos».
«O SPRC está a apelar a todos os docentes que sejam aplicadores das provas de aferição do 1º ciclo para que contabilizem todas as horas gastas em todo o processo de aferição, para exigirem junto do respectivo conselho executivo o pagamento das respectivas horas como prestação de serviço docente extraordinário», afirma o sindicato.
A estrutura sindical exige que o ME confira às escolas «plena autonomia» para decidirem sobre a forma de gestão do horário, no sentido de garantir que não existe qualquer prejuízo nem para professores, nem para alunos.
As provas de aferição realizam-se sexta e terça-feira a Língua Portuguesa e Matemática, respectivamente, para os alunos do 4º e 6º anos do ensino básico. Estes testes não contam para a nota dos alunos, servindo para aferir se estão a ser adquiridas as competências básicas.
No ano passado realizaram as provas de aferição mais de 245 mil alunos. Os professores destacados para vigiar e corrigir os exames nacionais do ensino secundário recebem esse trabalho como serviço extraodinário.
1 comentário:
Tenho 52 anos e sou professora do 1º ciclo. Quando comecei a trabalhar (1978) fiquei surpreendida com a falta de formação académica da maioria dos professores que estavam em exercício. Tinham a formação que lhes davam, a que lhes era exigida e a que convinha ao sistema. Hoje, felizmente, é diferente. Contudo, ainda subsiste a lógica fascista. Não atribuir aos professores do 1º Ciclo as mesmas condições que são atribuidas aos professores dos outros ciclos de ensino é subalternizar a educação das nossas crianças desta faixa etária. Um pediatra deverá ganhar menos do que qualquer médico de outra especialidade só porque trata de crianças? É a mesma lógica!
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