Porto, Leiria e Caldas da Rainha receberam iniciativas
23.02.2008 - 20h11 Clara Viana, Natália Faria
Mais de 2000 professores concentraram-se hoje no Porto, Leiria e Caldas da Rainha, em protestos convocados por sms, correio electrónico e blogs, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais destinada a contestar a actual política educativa do Governo.
Na baixa do Porto, a manifestação na Avenida dos Aliados chegou a reunir perto de um milhar de professores, convocados por sms, mas a chuva que caiu durante a tarde levou muitos deles a desmobilizarem pouco depois.
Empunhando lenços brancos, os professores voltaram a exigir a demissão da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. "Chega de humilhação, com esta ministra não", era uma das palavras de ordem gritada pelos manifestantes, numa altura em que a tutela avança com o polémico processo de avaliação dos docentes.
Já perto do final da concentração, agentes da PSP pediram a identificação de várias pessoas, alegando que estavam a tomar parte de uma concentração ilegal que não foi autorizada pelo governo civil. A iniciativa dos agentes gerou protestos dos presentes, que denunciaram o clima de intimidação promovido pelo actual executivo. "Vamos ficar na lista negra. Estão a querer queimar pessoas", dizia uma docente a PSP pediu os documentos, enquanto um colega lamentava que a polícia não actuasse da mesma forma quando se realizam manifestações de apoio ao Governo.
Fátima Inácio Gomes, que durante a manhã estivera num protesto semelhante nas Caldas da Rainha garantia que "vai haver mais manifestações como estas" nos próximos tempos. "Está-se a criar um sentimento de desmotivação tão grande que os grupos de pessoas estão a organizar-se espontaneamente", sublinhava.
Quatrocentos manifestantes nas Caldas
Cerca de 400 professores do ensino básico e secundário, oriundos na sua maioria das regiões Norte e Centro, reuniram-se durante a manhã num protesto idêntico na escola secundário Raul Proença, nas Caldas da Rainha.
Na reunião, convocada por meio de emails e de blogues, foi decidido avançar com a constituição de uma associação, que terá entre as suas prioridades a "contestação judicial" de medidas previstas no modelo de avaliação dos professores, nomeadamente as disposições que penalizam, em termos de progressão de carreiras, os professores que faltaram por motivos de doença, adiantou ao Público Mário Machaqueira, professor de Filosofia e um dos organizadores da reunião.
Machaqueira insistiu que a decisão de avançar para a constituição de uma associação não constitui um gesto contra os sindicatos: "Não estamos aqui para dividir, mas sim para acrescentar, para ser um complemento do trabalho dos sindicatos", disse, embora reconhecendo que existem críticas em relação aos que estes "deviam ter feito e não fizeram".
Em declarações ao Público, Mário Nogueira, presidente da Federação Nacional dos Professores, saudou estas últimas movimentações de professores. Segundo o dirigente sindical, estas manifestações espontâneas são demonstrativas da insatisfação que reina entre os docentes: "O importante é combater esta política educativa", friso.
Em Leiria, seriam cerca de 800 os professores que esta tarde responderam à convocatória e que, à semelhança do que aconteceu na cidade vizinha, decidiram avançar para a criação de um movimento cívico.
23.02.2008 - 20h11 Clara Viana, Natália Faria
Mais de 2000 professores concentraram-se hoje no Porto, Leiria e Caldas da Rainha, em protestos convocados por sms, correio electrónico e blogs, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais destinada a contestar a actual política educativa do Governo.
Na baixa do Porto, a manifestação na Avenida dos Aliados chegou a reunir perto de um milhar de professores, convocados por sms, mas a chuva que caiu durante a tarde levou muitos deles a desmobilizarem pouco depois.
Empunhando lenços brancos, os professores voltaram a exigir a demissão da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. "Chega de humilhação, com esta ministra não", era uma das palavras de ordem gritada pelos manifestantes, numa altura em que a tutela avança com o polémico processo de avaliação dos docentes.
Já perto do final da concentração, agentes da PSP pediram a identificação de várias pessoas, alegando que estavam a tomar parte de uma concentração ilegal que não foi autorizada pelo governo civil. A iniciativa dos agentes gerou protestos dos presentes, que denunciaram o clima de intimidação promovido pelo actual executivo. "Vamos ficar na lista negra. Estão a querer queimar pessoas", dizia uma docente a PSP pediu os documentos, enquanto um colega lamentava que a polícia não actuasse da mesma forma quando se realizam manifestações de apoio ao Governo.
Fátima Inácio Gomes, que durante a manhã estivera num protesto semelhante nas Caldas da Rainha garantia que "vai haver mais manifestações como estas" nos próximos tempos. "Está-se a criar um sentimento de desmotivação tão grande que os grupos de pessoas estão a organizar-se espontaneamente", sublinhava.
Quatrocentos manifestantes nas Caldas
Cerca de 400 professores do ensino básico e secundário, oriundos na sua maioria das regiões Norte e Centro, reuniram-se durante a manhã num protesto idêntico na escola secundário Raul Proença, nas Caldas da Rainha.
Na reunião, convocada por meio de emails e de blogues, foi decidido avançar com a constituição de uma associação, que terá entre as suas prioridades a "contestação judicial" de medidas previstas no modelo de avaliação dos professores, nomeadamente as disposições que penalizam, em termos de progressão de carreiras, os professores que faltaram por motivos de doença, adiantou ao Público Mário Machaqueira, professor de Filosofia e um dos organizadores da reunião.
Machaqueira insistiu que a decisão de avançar para a constituição de uma associação não constitui um gesto contra os sindicatos: "Não estamos aqui para dividir, mas sim para acrescentar, para ser um complemento do trabalho dos sindicatos", disse, embora reconhecendo que existem críticas em relação aos que estes "deviam ter feito e não fizeram".
Em declarações ao Público, Mário Nogueira, presidente da Federação Nacional dos Professores, saudou estas últimas movimentações de professores. Segundo o dirigente sindical, estas manifestações espontâneas são demonstrativas da insatisfação que reina entre os docentes: "O importante é combater esta política educativa", friso.
Em Leiria, seriam cerca de 800 os professores que esta tarde responderam à convocatória e que, à semelhança do que aconteceu na cidade vizinha, decidiram avançar para a criação de um movimento cívico.
13 comentários:
Segunda-feira no Prós e Contras. Manif à porta?????
Isso é que era...a ver se a fatinha se deixa de puxar o lustro ao poder.
Parabéns a todos! A ideia do anónimo anterior parece-me boa, pois existem protestos mas posteriores ao programa.
Há que dar cada cada vez mais visibilidade à luta. Todos sabemos que a comunicação social é indispensável para isso.
Estamos de parabéns...!Estamos a conseguir algo que vai irritar alguém.Preparemo-nos,pois as leis que faltam sair para concluir o processo de esmagar os professores,concerteza sairá rapidamente só para não dar tempo de nos organizarmos.Temos que lutar contra o tempo e aparecer em tudo quanto é sítio.
Vamos continuar a luta para acabar esta loucura. Não acabar a avaliação, porque queremos ser avaliados, mas uma avaliação decente e justa.
Alerta ao 2º anónimo: não vamos entrar no discurso de baixo nível, os professores devem manter a sua postura para não perdermos a credibilidade junto da opinião pública.
Lutar com dignidade e honra.
Todos aos prós e contras, JÁ!
não tenhamos ilusões, este programa será um "Prós e Prós" está tudo combinado. mas eu lá estarei à porta, mas vou mascarado é que o presidente do consellho executivo da minha escola é bem pior que a ministra. e, também por isso, este post é anónimo.
Não vivo em Lisboa e por isso não posso estar à porta dos "prós e contras", mas faço um apelo aos professores que lá estiverem para que se mantenham em silêncio e
não dêem azo a nada que se possa virar contra nós, num momento em que é urgente unir e mostrar que somos muitos e poderemos ser muitos mais.
Concordo que se houver manifestação seja feita de forma civilizada para que não dê motivos a mais criticas junto da opinião pública.
Faço meu o apelo de outro anónimo no sentido dos colegas em Lisboa, por maior facilidade, se deslocarem para o local onde se vai realizar o programa.
Obrigada a todos e força!
Estive na concentração do Porto de ontem e parece-me que é necessário repetir este tipo de actividade.
As manifestações / concentrações devem ser feitas de forma ordeira para que os protestos não se tornem numa arma contra os professores.
Se vivesse em Lisboa ou nas proximidades estaria na 2.º feira à porta dos "Pós e Contras" de forma ordeira mas a marcar presença. Tem de ser por múltiplas formas de luta que conseguiremos mostrar ao país como as coisas estão.
Por outro lado, dou a sugestão de no próximo sábado, 1 de Março, voltarmos a repetir a concentração de 23 de FEvereiro, mas agora convencendo todos aqueles que estão descontentes mas não são capazes de sair de casa nem de mostrar publicamente esse descontentamento.
REPETIR SÁBADO 1 de Março NA AVENIDA DOS ALIADOS!!!!!
Alguém me sabe dizer onde e a que horas será a concentração do Prós e Prós?
Os prós & prós costumam ser na casa do artista, em Carnide. Será bom que alguém consiga dar informação mais precisa.
Uns carimbos de excelente na testa parecem-me bom enfeite.
Por uma escola digna para os meus alunos. Por uma escola digna para os meus filhos.
Continuem, continuem, para que todo o País possa confirmar aquilo de que já se suspeitava, a falta de nível a todos os títulos) dos professores que alinham (e só esses) nesta chuchadeira.
Com os elevados gastos na educação (em percentagem do PIB) e os péssimos resultados obtidos, querem que o desbarato prossiga.....um bocadinho, só um bocadinho, de bom senso não lhes ficava mal!
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