10.02.2008 - 20h46 Lusa
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou hoje que vai questionar o primeiro-ministro sobre o processo de avaliação dos professores que, considera, obriga os docentes a atribuir notas altas para salvaguardarem a progressão na carreira.
"O senhor primeiro-ministro imagine que é professor, tem uma turma de 30 alunos, uma parte não sabe a matéria e não tem conhecimentos para passar. O que é que faz o senhor primeiro-ministro? Dá notas artificialmente ou defende a verdade escolar e pode ficar prejudicado", questionou Paulo Portas, em conferência de imprensa na sede do CDS-PP.
O presidente dos democratas-cristãos disse que vai confrontar o primeiro-ministro, José Sócrates, com este "dilema de consciência" dos docentes, no Parlamento, durante o debate quinzenal, na próxima quarta-feira.
"Se ele não puder dar uma resposta honesta a este dilema, então que anuncie que este processo tem de ser revisto", disse Paulo Portas, que sublinhou que o CDS foi o primeiro partido a pedir a suspensão do diploma de avaliação dos professores.
Paulo Portas, que reuniu sábado à noite com professores militantes do CDS, sublinhou que "na ficha de avaliação dos professores há 14 critérios e sete têm a ver com as notas que dão aos alunos".
"Não é aceitável um sistema em que o professor sobe ou fica prejudicado na sua carreira conforme as notas que dá aos alunos. Isto gera uma enorme perversidade", argumentou.
O líder do CDS-PP avançou um exemplo: "Nos meios económicos e socialmente mais deprimidos, em que as estatísticas das escolas são inferiores à média, um professor é prejudicado por estar a dar aulas naquela escola e não noutra?" E prosseguiu: "Os professores não estão nas escolas para cumprir os objectivos estatísticos do Governo", afirmou, acrescentando que este processo de avaliação "nada tem a ver com a verdade escolar".
Para Paulo Portas, este processo "gerará uma inflação das notas para que os professores possam defender a progressão na sua carreira".
"É possível que o sucesso estatístico aumente e o abandono diminua, mas não faz da escola uma escola melhor e sobretudo não tem nada a ver com o conhecimento dos estudantes", acrescentou.
O líder democrata-cristão estabeleceu ainda uma relação entre este processo de avaliação e o estatuto do aluno que também contestou, alegando que põe em causa a assiduidade dos estudantes.
"Sem assiduidade, sem exames, sem mérito, que escola é que estamos a criar?", questionou.
O Ministério da Educação decidiu alterar novamente os prazos para as escolas produzirem instrumentos de registo e para os professores definirem objectivos individuais para os anos lectivos de 2007 a 2009, no âmbito do processo de avaliação de desempenho.
Reconhecendo as dificuldades dos estabelecimentos de ensino no cumprimento daqueles prazos, o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, afirmou sábado à Lusa que não faz sentido "comprometer todo o processo por causa dos prazos intermédios".
De acordo com estes prazos, as escolas tinham até 25 de Fevereiro para aprovar os instrumentos de registo e de medida, e os docentes até 10 de Março para estabelecer os seus objectivos individuais para os anos lectivos 2007/08 e 2008/09, já que a avaliação de desempenho realiza-se de dois em dois anos, segundo o Estatuto da Carreira Docente (ECD).
Depois de uma reunião entre a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e os secretários de Estado Valter Lemos e Jorge Pedreira com o Conselho das Escolas, órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), a tutela decidiu ontem que as escolas poderão fixar os seus próprios prazos.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou hoje que vai questionar o primeiro-ministro sobre o processo de avaliação dos professores que, considera, obriga os docentes a atribuir notas altas para salvaguardarem a progressão na carreira.
"O senhor primeiro-ministro imagine que é professor, tem uma turma de 30 alunos, uma parte não sabe a matéria e não tem conhecimentos para passar. O que é que faz o senhor primeiro-ministro? Dá notas artificialmente ou defende a verdade escolar e pode ficar prejudicado", questionou Paulo Portas, em conferência de imprensa na sede do CDS-PP.
O presidente dos democratas-cristãos disse que vai confrontar o primeiro-ministro, José Sócrates, com este "dilema de consciência" dos docentes, no Parlamento, durante o debate quinzenal, na próxima quarta-feira.
"Se ele não puder dar uma resposta honesta a este dilema, então que anuncie que este processo tem de ser revisto", disse Paulo Portas, que sublinhou que o CDS foi o primeiro partido a pedir a suspensão do diploma de avaliação dos professores.
Paulo Portas, que reuniu sábado à noite com professores militantes do CDS, sublinhou que "na ficha de avaliação dos professores há 14 critérios e sete têm a ver com as notas que dão aos alunos".
"Não é aceitável um sistema em que o professor sobe ou fica prejudicado na sua carreira conforme as notas que dá aos alunos. Isto gera uma enorme perversidade", argumentou.
O líder do CDS-PP avançou um exemplo: "Nos meios económicos e socialmente mais deprimidos, em que as estatísticas das escolas são inferiores à média, um professor é prejudicado por estar a dar aulas naquela escola e não noutra?" E prosseguiu: "Os professores não estão nas escolas para cumprir os objectivos estatísticos do Governo", afirmou, acrescentando que este processo de avaliação "nada tem a ver com a verdade escolar".
Para Paulo Portas, este processo "gerará uma inflação das notas para que os professores possam defender a progressão na sua carreira".
"É possível que o sucesso estatístico aumente e o abandono diminua, mas não faz da escola uma escola melhor e sobretudo não tem nada a ver com o conhecimento dos estudantes", acrescentou.
O líder democrata-cristão estabeleceu ainda uma relação entre este processo de avaliação e o estatuto do aluno que também contestou, alegando que põe em causa a assiduidade dos estudantes.
"Sem assiduidade, sem exames, sem mérito, que escola é que estamos a criar?", questionou.
O Ministério da Educação decidiu alterar novamente os prazos para as escolas produzirem instrumentos de registo e para os professores definirem objectivos individuais para os anos lectivos de 2007 a 2009, no âmbito do processo de avaliação de desempenho.
Reconhecendo as dificuldades dos estabelecimentos de ensino no cumprimento daqueles prazos, o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, afirmou sábado à Lusa que não faz sentido "comprometer todo o processo por causa dos prazos intermédios".
De acordo com estes prazos, as escolas tinham até 25 de Fevereiro para aprovar os instrumentos de registo e de medida, e os docentes até 10 de Março para estabelecer os seus objectivos individuais para os anos lectivos 2007/08 e 2008/09, já que a avaliação de desempenho realiza-se de dois em dois anos, segundo o Estatuto da Carreira Docente (ECD).
Depois de uma reunião entre a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e os secretários de Estado Valter Lemos e Jorge Pedreira com o Conselho das Escolas, órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), a tutela decidiu ontem que as escolas poderão fixar os seus próprios prazos.
5 comentários:
Esse homem é uma besta.
"O senhor primeiro-ministro imagine que é professor, tem uma turma de 30 alunos, uma parte não sabe a matéria e não tem conhecimentos para passar. O que é que faz o senhor primeiro-ministro? Dá notas artificialmente ou defende a verdade escolar e pode ficar prejudicado"
mas que argumento é este?
Se são fracos já o eram no ano anterior e na avaliação diagnóstica, logo evolução zero!!!
"Nos meios económicos e socialmente mais deprimidos, em que as estatísticas das escolas são inferiores à média, um professor é prejudicado por estar a dar aulas naquela escola e não noutra?"
A ficha diz: de acordo com o contexto sócioeducativo!!!
E tendo em conta os objectivos individuais.
Então a criatura não é favorável as rankings, que tão mal tratam essas escolas?
"gerará uma inflação das notas para que os professores possam defender a progressão na sua carreira"
Isso é o que acontece nas escolas privadas tão do agrado do Sr.
João Costa
Professor do Ensino Secundário
Este "João Costa" deve ter um daqueles cartões com acesso VIP do PS.
António Macedo (Prof.)
Caro "João Costa":
É sempre bom saber que há colaboracionistas preparados para engolir toda e qualquer medida absurda que o ME vomite para cima dos professores, obituando um ensino já moribundo. De certeza que já tem o TPC feito para demonstrar à Sr.ª Ministra a sua fidelidade aos seus superiores e denunciar os meninos que não o querem fazer.
Mas tenha mais cuidado com o uso fácil do qualificativo "é uma besta". Não deve ter estudado filosofia, ou saberia que o argumento do Dr. Paulo Portas que não percebe (de facto!) constitui uma objecção válida: avaliar em função das classificações dos alunos é um convite óbvio ao facilitismo mais despudorado.
O mesmo não se pode dizer da sua réplica, que, essa sim, não se percebe porque o que teria que provar contra o Dr. Portas era que tal facilitismo não se seguia. Em vez disso, faz um comentário irrelevante, e que assenta, de resto, numa premissa falsa, como se pode constatar fazendo uma elementar redução ao absurdo: o facto de um aluno ter classificações baixas num ano não implica que as tenha que ter em todos os outros anos, pois não?
É este espírito anti-direitista primário que, combinado com a arrogância opinativa típica de quem não sabe pensar nem falar, que nos garante que não será ainda nesta geração que o nosso ensino se libertará da miséria do eduquês. Parabéns, Sr. "João Costa". O sistema precisa de pessoas como o sr!
Para que se saiba nunca votei PS!!
O Portas não sabe do que fala e depois de o ter visto hoje na AR no debate quinzenal fiquei ainda com mais certezas.
Para os autores deste blogue os CE´s deste país são todos uns corruptos, uns inconscientes, que daqui em diante nos vão pressionar na altura de avaliar os alunos.
Na ficha de Avaliação do PCE, em 18 alíneas, há 3 que se relacionam com os resultados escolares. Uí que perigo.
Por favor!
Neste blogue são contra tudo:
Substituições;
Gestão;
Prova de Ingresso na profissão;
Avaliação;
etc....
Este pensamento a par do ME que temos são responsáveis pelo desastre educativo deste país, assim evoluímos.
Nota final, eu não trabalho para o SISTEMA, trabalho para os meus alunos e para a minha escola. É o que faço desde 1985. Pelo contrário, defendo desde que comecei, o fim da lógica do sistema, a extinção do ME e das respectivas estruturas regionais.
Desculpe Sr "João Costa", mas V. Ex.ª parece-me um caso raro!
Por acaso não posso dizer que nunca votei no PS (como o Dr.), mas garanto que nunca votei no Socrates!
Pelo que escreve, tb, já pensei que fosse membro de um CE, mas com o final da anterior mensagem parece-me que não tem enquadramento possível.
Salientar os pontos negativos não significa estar contra tudo!
Mas ao que parece V. Ex.ª é que é contra tudo ME,DRE, "Sistema"....(etc)
Felizmente que não pertenço à sua escola nem sou seu aluno!..
Para terminar, Explique-me, se não se importa, o que é para si um bom professor.
-É aquele que pretende o fim do ME?
-É aquele que só dá positivas?
-É aquele que recebe o seu ordenado do Sistema mas não trabalha para o Sistema?
-É aquele que já está farto de avaliar alunos (começou essa missão em 1985, não foi?) e agora que avaliar os colegas?
-É aquele que sabe avaliar tudo e todos porque no 25 de Abril de 74 já tinha a 4ª Classe e continuava a estudar?
Afinal, o que é para si um bom professor????
Antonio Macedo (prof.)
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