quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Petição contra a Prova de Ingresso na Carreira Docente

Senhor Presidente da Assembleia da República,

No passado dia oito de Novembro foi aprovado em Conselho de Ministros o projecto de decreto regulamentar que estabelece as regras relativas à prova de avaliação de conhecimentos e de competências necessária para o ingresso na carreira docente.

Os peticionários abaixo-assinados, professores e outros cidadãos, de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, vêm-se opor a uma prova que:

a) desvaloriza a formação dos professores, bem como as instituições formadoras e seus docentes;


b) anula a experiência acumulada dos professores nos seus anos de serviço lectivo;


c) desvaloriza a avaliação anual de que os professores contratados são alvo;


d) contradiz em absoluto o facto incontornável de os consecutivos Ministérios da Educação, incluindo o actual, terem considerado os professores contratados profissionalmente competentes para leccionarem, estabelecendo contrato, para agora pôr essa competência em causa;


e) por fim, desvaloriza ainda todo o trabalho realizado até agora em prol da Escola e dos Alunos, trabalho esse feito em condições precárias (quer pessoais como profissionais), facto esse habitual nos actuais professores nos primeiros anos de serviço.


Conscientes de que este pedido se fundamenta no exercício de uma cidadania empenhada e participativa, os signatários esperam de Vossa Excelência a tomada de medidas com a urgência que a gravidade da situação justifica, nomeadamente a inclusão da referida prova nos próprios cursos via ensino, como requisito obrigatório de conclusão de licenciatura e a não aplicação da mesma a docentes já profissionalizados.

Assinem a petição em:


17 comentários:

Tra la la ra disse...

Não sei se me agrada o nome de professores "revoltados"... concordo, com toda a certeza, com a ideia do movimento associado a união e força activa. Votos de bom trabalho!

D.Diego disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
D.Diego disse...

Acho muito bem que se faça uma prova que avalie competências científicas pois, mesmo sendo professor, nao concebo que haja colegas do ensino básico, oriundos de Escolas Superiores de Treta, que dão erros graves na Língua Portuguesa e revelam carências extremas na Matemática. Não sei qual é o problema de uma prova científica. Quem não deve, não teme!

GeoDiver disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
GeoDiver disse...

Caro d.diego.

Presumo que não deve ser professor. Se for, não deve estar a ver bem o "filme"! É verdade que há colegas que mancham a profissão, mas infelizmente, há disso em todas as profissões, e cada vez mais. O caminho por onde o sistema educativo em Portugal está a ir, será a prova disso. O que estes iluminados do Ministério andam a fazer é, nada mais, do que um crime contra a nação! Uma outra prova que há manchas em todas as profissões, é o caso dos políticos; Deveriam ser uma classe de prestígio, que se preocupassem com o País, e o que se vê é precisamente o oposto...estão-se marimbando para o país, e olham apenas para o seu umbigo e bolsa....

...mas permita-me que lhe diga que está a ver mal o "filme" porque o que se pede é uma prova ANTES de se ser professor, ou seja, acaba-se a licenciatura e, caso se opte pela via do ensino, exige-se a prestação duma prova de conhecimentos.
Isto é um absurdo. Por um lado, porque a pessoa que acabou a licenciatura, já acabou de fazer (anualmente, semestralmente, e continuamente) uma avaliação de conhecimentos, por outro lado, porque é passar um atestado de incompetências às instituições que dão as licenciaturas, nomeadamente, as estatais, ou seja, o estado está a afirmar que não acredita nos conhecimentos ministrados pelas suas próprias instituições, pois após as pessoas terminarem as licenciaturas, terão de prestar provas sobre o que estiveram a aprender. É de doidos!

Anónimo disse...

Isso!!! Aprovaria provas científicas e provas de aptidão pedagógica bem delineadas...agora isto é que não!!!! Dou por mim a ter as minhas aulas observadas por alguém que fez o estágio pela Universidade Aberta (e que por sua vez nunca teve uma aula assistida na vida...)tendo sido eu Orientadora de Estágio...isto parece-me de uma ironia fantástica!!!!!

Adélia Rocha disse...

Colegas, eu também sou uma professora revoltada e, peço desculpa por ir ao "acessório", acho que a imagem no blogue, da senhora com óculos, não dignifica a imagem do mesmo nem dos professores. A nossa imagem já tem uma infinitude de referentes pouco recomendáveis e bastante ridículos. Tirem a imagem/caricatura que, parece-me, tira dignidade a este espaço.

Anónimo disse...

Confesso que gosto do Blog e digo mais: penso que te grandes potencialidades. Penso que a partir do Blog poderiamos criar o que nos faz falta, muita falta. Sabem o quê? uma ORDEM DE PROFESSORES.
Começavam por mudar o nome para uma designação mais digna, capaz de ter impacto junto da opinião pública. PU (Professores Unidos)ou OPD (Ordem dos Profissionais Docentes)
Porquê uma Ordem. Por várias razões:
- temos uma Pró-Ordem, que ainda não passou disso: Pró. Onde é ela anda? Neste momento crucial da nosa vida profissional não se vê, não se ouve, NADA!
- é um momento crucial em que os Professores precisam de apoio. A classe está mais dividida do que nunca. Uma iniciativa deste tipo teria a maior das adesões, porque os professores precisam de acreditar e de ver "futuro".
- neste momento precisamos de alguém que na opinião pública explique cientificamente os erros que se estão a cometer.
- precisamos urgentemente de um Organismo independente dos Partidos políticos, que ajude a definir quais as tarefas próprias da Profissão Docente e que defenda o professor do exterior, nomeadamente do poder polítivo.

- para além disso, essa iniciativa causaria impacto, por ser algo de novo a surgir na Comunicação Social e com a apoio de muitos descontentes.

Eu tenho conhecimentos para técnicos, graças a um Mestrado que fiz sobre estas assuntos. Falta-me a liderança (confesso)e conhecimentos juridicos para pôr em marcha este processo.
Precisariamos de um Jurista, de um Professor Líder e o resto decorria com a naturalidade própria deste momento. Sabem porquê?
Porque estamos a precisar de uma VOZ, alguém que consiga chegar aos Media para derrubar este atropelo violento aos Direitos laborais e à escola pública.
E quanto antes, antes que seja tarde! Esta Avaliação está ai á porta e se não agirmos concertadamente, perdemos tudo o que construímos ao longo destes tempos.
Pela Escola pública e Democrática.

Vargas P.T.

Anónimo disse...

Confesso que gosto do Blog e digo mais: penso que tem grandes potencialidades. Penso que a partir do Blog poderiamos criar o que nos faz falta, muita falta. Aliás, foi isso que o Vosso Blog me sugeriu. Ocorreu-me que daqui poderia surgir uma coisa em grande!
Sabem o quê? uma ORDEM DE PROFESSORES.
Começavam por mudar o nome para uma designação mais digna, capaz de ter impacto junto da opinião pública. PU (Professores Unidos)ou OPD (Ordem dos Profissionais Docentes)
Porquê uma Ordem. Por várias razões:
- temos uma Pró-Ordem, que ainda não passou disso: Pró. Onde é ela anda? Neste momento crucial da nosa vida profissional não se vê, não se ouve, NADA!
- é um momento crucial em que os Professores precisam de apoio. A classe está mais dividida do que nunca. Uma iniciativa deste tipo teria a maior das adesões, porque os professores precisam de acreditar e de ver "futuro".
- neste momento precisamos de alguém que na opinião pública explique cientificamente os erros que se estão a cometer.
- precisamos urgentemente de um Organismo independente dos Partidos políticos, que ajude a definir quais as tarefas próprias da Profissão Docente e que defenda o professor do exterior, nomeadamente do poder polítivo.

- para além disso, essa iniciativa causaria impacto, por ser algo de novo a surgir na Comunicação Social e com a apoio de muitos descontentes.

Eu tenho conhecimentos para técnicos, graças a um Mestrado que fiz sobre estas assuntos. Falta-me a liderança (confesso)e conhecimentos juridicos para pôr em marcha este processo.
Precisariamos de um Jurista, de um Professor Líder e o resto decorria com a naturalidade própria deste momento. Sabem porquê?
Porque estamos a precisar de uma VOZ, alguém que consiga chegar aos Media para derrubar este atropelo violento aos Direitos laborais e à escola pública.
E quanto antes, antes que seja tarde! Esta Avaliação está ai á porta e se não agirmos concertadamente, perdemos tudo o que construímos ao longo destes tempos.
Pela Escola pública e Democrática.

Vargas P.T.

Movimento dos Professores Revoltados disse...

Caro colega Vargas P.T.

O MovimentoProfessoresRevoltados agregou-se ao Movimento ProfsEmLuta, uma vez que os objectivos são os mesmos e a união faz a força. Devemos estar todos unidos neste momento.
Vários exemplos semelhantes estão a surgir em inúmeras escolas do nosso país. Estamos atentos e a estabelecer contactos.

Dentro de dias novidades irão surgir!
Temos a VOZ que referes e os conhecimentos jurídicos.

Agradeçemos que nos envies o teu contacto, incluindo a escola ou localidade, assim como os contactos de colegas professores para que a informação chegue a tantos quanto possível.

Anónimo disse...

Acho a ideia de um movimento de professores boa. Não gosto do termo "revoltados" e também não gosto da caricatura, é demasiado esteriotipada, parece a D. Lurdes.
Quanto ao tema sobre a Prova de acesso para a carreira docente acho muito bem. Considero é que a nota mínima deveria ser 10 valores. Entrariam na carreira por ordem de classificação.

Anónimo disse...

A quem pertencem as culpas de os candidatos a professores estarem mal preparadas? Não tenho dúvidas que é às escolas superiores, sejam elas, univeritárias ou politécnicas. Tenho algum conhecimento de causa. Fui, durante alguns anos, professor cooperante e verifiquei a angustia dos futuros professores em não saberem lidar com os conhecimentos adquiridos, principalmente os cientifico-pedagógico.
Não tenho dúvidas que esta prova é para o ME testar o ensino superior. Não o pode fazer de outro modo.
São intocáveis esse Srs Professores Doutores. Assim, será possível o Sr Gago Dizer alguma coisa sem gaguejar...
Venha essa prova, tal como está anunciada.. só acho que devem ser considerados aprovados com o mínimo de 10 valores. É assim em todo o lado.

Anónimo disse...

Prova de acesso, sim senhor!!!


João Costa

Anónimo disse...

Este "João Costa" só pode ser:
1- Um Secretário de Estado da Educaçao infiltrado e com nome falso;
2- Candidato a fundar uma nova PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado)que, proponho, se venha a chamar PoDES (POlícia de Defesa Exclusiva do Socrates);
3- O Bufo da DREN (lembram-se do caso Charrua), que por sinal era a mesma pessoa que tinha direito de veto nas juntas médicas;

Ou, se calhar, é mais do que uma das anteriores hipoteses!

António Macedo (prof)

GeoDiver disse...

Caros Luiss e João Costa.

Se os alunos estão mal preparados (e estão) é porque existe (e cada vez mais) pressões para que se passem alunos para abrilhantar estatísticas e fazer número. A solução passa em preparar melhor os alunos na qualidade (reprove-se os alunos que forem necessários). Este é o trabalho de qualquer professor. O que estamos a assistir é a um culminar dum facilitismo que já grassa no ensino superior.... se alunos, sejam eles de que nível forem, não estão preparados, porquê passá-los? Claro que se os passam sem saber e se acabam licenciaturas sem saber, não será um exame de admissão que os irá "salvar". Mais vale então ir passndo apenas quem demonstrar saber.

Reparem que estamos a falar apenas de admissão à carreira docente, mas é tudo mais grave que isso.... Estamos a falar de qualquer aluno, de qualquer área! Eles não dominam os conhecimentos que deveriam dominar. Estes alunos irão ser os engenheiros, os enfermeiros, os médicos, os professores, etc...da nossa sociedade. Porquê então fazer essa admissão apenas aos professores?
Pensem lá bem, não seria mesmo muito mais eficaz, deixar de haver a tal pressão para passar alunos e só passariam aqueles que soubessem?

É que no final do curso, só lá chegaria quem efectivamente soubesse.

Anónimo disse...

Espero que as universidades opinem sobre mais esta parvoíce da equipa do ME.
Estes iluminados da 5 de outubro, só dão tiros ao lado...
Se em vez de andarem a dificultar o quotidiano dos profes e a sua progressão na carreira se centrassem na sala de aula e para ela fizessem convergir o que lá falta, aí sim teriam o nosso apoio entusiástico.
O que lá falta: quase tudo excepto giz, quadro e uma grande força anímica dos profes que contra todas as adversidades conseguem ainda dar aulas...
Feito isto poderia o governo exibir estatísticas honestas...

Anónimo disse...

Caro amigo geodiver, digo-lhe que sim, não confio em muitas escolas superiores porque, por acaso, até conheço uma série delas e a qualidade científica e pedagógica das mesmas é de uma incompetência gritante. Deviam estar encerradas a sete chaves! O problema é que os idiotas do M.E. gostam de favorecer a sua família laboral, a dos incompetentes!