quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Primeiro-ministro reage a críticas da oposição
Sócrates diz que não terminará mandato sem sistema de avaliação dos professores
2008-02-13 19:21:00 Lusa

O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou hoje qualquer cedência em matéria de sistema de avaliação dos professores, garantindo mesmo que não terminará o seu mandato no Governo sem que esse sistema esteja instituído.

"Não passarei por este exercício governamental sem instituir um sistema de avaliação de professores", declarou aos jornalistas no final do debate quinzenal na Assembleia da República dedicado ao tema dos equipamentos sociais.

Ao longo do debate, os critérios do novo sistema de avaliação dos professores foram contestados por todas as forças da oposição, sobretudo pelo líder do CDS-PP, Paulo Portas.

José Sócrates lamentou essas críticas da oposição e contrapôs que "os portugueses precisam de saber que há mais de 30 anos que não há um sistema de avaliação dos professores". "Essa situação não pode continuar. A existência de um sistema de avaliação é fundamental para o país, desde logo para fazer justiça aos professores", sustentou o chefe de Governo.

Na perspectiva do primeiro-ministro, a entrada em vigor de um sistema de avaliação "é a melhor garantia que se pode dar às famílias, aos alunos e aos professores, porque o mérito será premiado".

"Lamento que todos os partidos da oposição - alguns deles já estiveram no Governo e não fizeram nada - sejam agora os primeiros a contestar, ainda por cima concentrando-se em pequenos detalhes", disse, antes de se referir às medidas que hoje anunciou no Parlamento para reforçar a cobertura da rede de creches e do pré-escolar.

Em particular, o primeiro-ministro procurou explicar os motivos que levaram o Governo a concentrar os investimentos em creches e em salas de pré-escolar nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e não em outros pontos do país. Sócrates disse que o Governo possui indicadores que provam que nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto os índices de cobertura de creches e pré-escolar são inferiores à média nacional. "Em termos de cobertura da rede de pré-escolar, a média nacional é de 77 por cento e algumas áreas do país já atingem os cem por cento. Mas, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, há áreas em que estamos ainda nos 50 por cento", explicou.

De acordo com o primeiro-ministro, "as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são precisamente as zonas do país onde a concentração de pessoas é maior e os problemas sociais são mais delicados". Perante estes dados, José Sócrates afirma que se vai "investir nas áreas metropolitanas mais do que em outros locais no país". "Queremos garantir às famílias, em particular às mais jovens, que terão melhores condições para compatibilizar a sua vida familiar com a vida profissional", declarou.

O primeiro-ministro referiu ainda que, nos próximos dois anos, o Governo fará um esforço global de investimento na ordem dos 100 milhões de euros.

Tal como fizera no encerramento do debate, o primeiro-ministro falou aos jornalistas sobre uma reportagem que recentemente viu na televisão e que o terá "impressionado muito". "Impressionou-me muito uma reportagem que vi na televisão sobre pessoas que passaram a noite de fim de ano, em Odivelas, numa fila para inscreverem os seus filhos. Isso não pode acontecer", concluiu.

1 comentário:

psergio57 disse...

Talvez este seja mesmo o último exercício governamental do Sr. 'Engenheiro'. 150 000 professores podem fazer muito barulho. Haverá poucos que não estão descontentes (apenas os mal-formados que querem ajustar contas com colegas...) e cada vez mais mobilizados.