Lecciono Língua Portuguesa em turmas CEF há três anos e não li nem executei um programa da minha disciplina adequado a este tipo de turmas. Porquê?
Para os teóricos defensores destes programas, pergunto o seguinte?
- Que importa pincelar Gil Vicente e Camões, quando estes alunos não sabem falar e escrever escorreito no Português contemporâneo?
- Sendo turmas de ritmo de aprendizagem lento e irregular, como leccionar, com tanta presunção e cientifismo, conteúdos que não vão de encontro às grandes finalidades dos cursos CEF - integração na sociedade sua contemporânea?
- Como se pode ensinar a falar bem e a escrever bem Português, quando, em tempo restrito, nos dão um programa para leccionar, que temos de cumprir, desadaptado às reais necessidades dos alunos?
- Como desmobilizar estes alunos de um quadro de preguiça, de apatia e de desrespeito, alunos que aprenderam a linguagem da agressividade, quando não da violência, da incultura, da ignorância, apoiados por um programa que os enquadra ostensivamente no estatuto de vítimas do sistema, juntando-os todos numa turma, qual hospital in "Ensaio Sobre a Cegueira"?
- Quem acredita que as Novas Tecnologias, maiusculadas como se de deusas se tratassem, são a solução para estes alunos que desconhecem valores básicos, nomeadamente o do diálogo?
- Para quando um discurso político que valorize o respeito pelo professor, para que a sua missão seja viável?
(Professora que não quis identificar-se)
http://www.profblog.org/2008/11/os-programas-dos-cefs-esto.html
http://www.profblog.org/2008/11/os-programas-dos-cefs-esto.html
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