«O ME não fará nada para aplicar esses processos [disciplinares] neste momento», afirmou o secretário de Estado, lembrando mais uma vez que, caso não se concretize a avaliação, os docentes serão «as principais vítimas», uma vez que ficarão impedidos de progredir na carreira.
De acordo com o responsável, o processo de avaliação só terá de estar terminado em Dezembro de 2009, pelo que as escolas terão o «tempo necessário» para aplicar o regime de avaliação de desempenho, contando «com todo o apoio do ministério».
Questionado pela Lusa sobre o excesso de burocracia que os sindicatos acusam de ter sido imposto por este modelo, Jorge Pedreira afirmou que algumas escolas estão «a complicar» o processo de avaliação.
«Sabemos que há algumas escolas que, por vontade de fazer bem, complicam o processo, com documentos muito vastos e muitas reuniões», admitiu.
Na opinião do secretário de Estado, «os professores têm várias razões para protestarem» e para estarem insatisfeitos, como o aumento da idade da reforma ou a transformação de um regime «que, na prática, era de progressões automáticas na carreira» para um modelo de avaliação de desempenho «mais exigente».
«Os professores manifestaram-se [no sábado] porque estão a trabalhar mais e porque as condições de progressão na carreira são hoje mais difíceis», resumiu.
Apesar de reconhecer a «insatisfação» dos docentes, Jorge Pedreira considerou que o modelo de avaliação definido pelo ME terá de ser, ainda assim, aplicado, «em nome do interesse da Educação», sublinhando que esta reforma pode prosseguir sem o acordo da classe.
«Dizer que só se pode mudar o modelo de avaliação de desempenho dos professores para um mais exigente se houver o acordo dos próprios é o mesmo que dizer que só se podem aumentar os impostos com o acordo dos cidadãos. Se fosse assim, não se faziam porque, naturalmente, os próprios não estão dispostos a isso», afirmou o secretário de Estado.
Lusa/SOL
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