sábado, 19 de abril de 2008

Nova confederação de pais garante que reúne metade do movimento associativo

Peniche, Leiria, 19 Abr (Lusa) - A nova Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) afirmou hoje que reúne metade do actual movimento associativo de pais, ao contrário do que declarou o presidente da CONFAP.

A CNIPE reúne "várias federações regionais e concelhias que se forem efectivamente somados os votos que têm são à volta de 600", afirmou hoje Maria José Viseu, porta-voz da comissão directiva provisória da CNIPE.

Questionada sobre a representatividade da nova estrutura, Maria José Viseu respondeu: "Vou dizer só o número que o dr Albino Almeida (presidente da CONFAP) disse que seríamos: 600. Se somos cerca de 600 significa que metade do movimento associativo de pais está efectivamente connosco".

Em reacção à crítica do presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) de que a CNIPE é um "nado morto" disse que "o facto de falarem de nós significa que existimos".

"Não fomos nós que nos separámos da CONFAP foi a CONFAP que se separou de nós quando nos excluiu dos cadernos eleitorais em Fevereiro de 2007 e quando das 1.200 associações de pais e verificamos que somente 77 estão numa assembleia-geral para a eleição dos actuais órgãos sociais. Existe um divórcio entre as cúpulas e as bases", concluiu.

"Já há federações que se estão a desvincular da CONFAP, a que eu represento, a Federação Regional de Viseu, já decidiu em Assembleia Geral, em Novembro, e não agora que integraria um outro movimento associativo de pais", apontou.

A porta-voz da comissão directiva provisória da CNIPE falava aos jornalistas em Peniche à chegada à reunião que vai aprovar hoje os estatutos da CNIPE e preparar as eleições.

A CNIPE é constituída pelas federações regionais de Viseu, Lisboa e Leiria e pelas concelhias de Sintra, Marinha Grande, Ourém, Peniche e Alcobaça.

A representante da nova confederação e ex-presidente da CONFAP em 2006 e 2007 disse ainda que este movimento não se revê "em determinadas atitudes e políticas educativas" nem num "acenar com a cabeça a tudo quanto é política enquanto efectivamente há coisas que estão mal".

Segundo Maria José Viseu, há um ano cinco federações regionais apresentaram novas propostas para o estatuto do aluno, onde apontam algumas soluções relativas à indisciplina e à violência nas escolas mas não foram ouvidos.

"Não somos do contra para dizer que somos do contra. Apontamos soluções e medidas e dizemos que é necessário ouvir os parceiros e quem está nas escolas, é necessário sobretudo ouvir as associações de pais porque são quem está nas escolas e quem conhece na realidade o que se passa nas escolas e na vida escolar dos nossos filhos", disse.

A nova estrutura vai ainda aprovar hoje um manifesto intitulado "Melhor escola, maior futuro" onde defendem a escola pública e um serviço público de educação de qualidade.

Lusa

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