Os docentes, cerca de quatro centenas, desfilaram pela Avenida Lourenço Peixinho até à Praça Melo Freitas, empunhando tarjas e entoando palavras de ordem, para exigirem uma carreira única.
Já na Praça, esse mesmo entendimento com o Ministério da Educação foi explicado e justificado aos participantes pelos dirigentes das diferentes forças sindicais da Plataforma.
Guedes da Silva, do SINDEP, disse que o entendimento alcançado foi "o mínimo indispensável para que o terceiro período possa ser vivido em paz nas escolas" mas garantiu que a luta dos professores se vai manter.
Para Guedes da Silva, os professores não estão satisfeitos porque não aceitam a divisão da carreira em duas categorias, "que visa impedir que a maioria possa atingir os escalões de topo" e continuam a estar "contra o modelo de avaliação".
Das negociações com o governo deu conta de dois importantes resultados: "Conseguimos que a avaliação fosse reduzida a uma ficha de auto-avaliação sem consequências para a carreira e garantimos um mínimo de horas para o trabalho individual dos professores", explicou.
Aquele dirigente sindical garantiu que, apesar do protocolo com o Governo, os professores se vão manter "atentos e unidos por uma escola pública que corresponda às necessidades dos jovens e do País".
José Frade do Sindicato de Professores da Zona Centro fez um apelo à unidade da classe, salientando que a ministra da Educação voltou à mesa da negociação pressionada pela luta dos professores e concluiu que essa mobilização "levou a uma vitória histórica".
"Vamos forçar este Governo a ceder porque não vamos parar a luta", incentivou.
Francisco Almeida, do secretariado nacional da FENPROF, justificou a continuação do protesto dos professores por não aceitarem a divisão em duas categorias, bem como a imposição de uma prova de ingresso para os jovens professores, pelo que reivindicam a revisão do Estatuto.
Segundo Francisco Almeida, o protocolo de entendimento com o Ministério da Educação pretendeu responder às questões imediatas que motivaram a marcha de 08 de Março em Lisboa.
Quanto ao modelo de avaliação, "este ano não se aplica a um único professor, pois os sete mil com processo de avaliação não o serão pelo modelo que o Ministério queria impor".
"No próximo ano, estará em experimentação, com uma comissão paritária para avaliar a sua aplicação e em 2009 será alterado", explicou, concluindo que "o modelo proposto pelo Ministério foi derrotado pelos professores".
No que respeita aos horários, classificou como "uma importante conquista dos professores" a fixação de mínimos para o trabalho individual".
"É preciso recordar que os órgãos de gestão organizavam os horários muitas vezes numa lógica de quero posso e mando", disse.
Outra "conquista" que valorizou foi o facto do novo índice remuneratório no topo da carreira não implicar maior número de anos".
MSO.
Lusa/Fim
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