quarta-feira, 16 de abril de 2008

À Plataforma Sindical


C/C

Colegas,

Comunicação Social

Para o Movimento PROmova existem princípios que valem por si mesmos e, como tal, não são susceptíveis de instrumentalização, de meias-tintas ou de abdicações pragmáticas, a saber:

1) Batemo-nos por uma avaliação exigente, credibilizada e justa;

2) Estamos, firmemente, convictos que este Modelo de Avaliação, mercê da sua complexidade burocrática, da sua subjectividade e das incompatibilidades que pode fazer emergir entre avaliador e avaliado, não garante a consistência, a credibilidade e a justiça que um modelo de avaliação deve assegurar e proteger;

3) Rejeitamos a divisão da carreira entre "titulares" e "professores", especificamente, na forma aleatória e injusta como foi consumada, através do execrável "Concurso de Acesso a Professor Titular";

4) Consideramos que só por cegueira, distracção ou auto-interesse se pode aceitar a bondade e a funcionalidade de um Modelo de Avaliação que está montado sobre a incontornável injustiça expressa no ponto anterior.

Por outro lado, repudiamos, liminarmente, quaisquer acusações de divisão, de desinformação ou de criação de confusão, assim como não nos revemos em dislates de "ferrador" e muito menos nos verão descer a tão baixo e desprestigiante nível. Os professores constituem uma classe com clarividência, que pensa por si própria (nunca acreditámos em dogmas bafientos de que existem líderes providenciais que decidem, arrastam ou subjugam a vontade livre e esclarecida dos outros), pelo que têm a noção plena de quem desbaratou a unidade dos professores e o seu capital de reivindicação. O problema é que nós gozamos de uma independência e de uma autonomia de pensamento de que alguns não se podem vangloriar.

O Movimento PROmova não alinha em mistificações e em habilidades ou manipulações estatísticas, tenham elas a proveniência que tiverem. Conhecedores do desapontamento e da indignação que o "Memorando de Entendimento com o Ministério da Educação" desencadeou nos professores, empurrando-os para a desmobilização e para o desejo de não participarem num DIA D esvaziado de sentido, mercê de um entendimento precipitado e que, desrespeitosamente, se antecipou ao timing da auscultação das razões e da vontade de persistência dos professores na luta (Qual era a pressa?!... Tiveram medo das propostas dos professores?!...), o Movimento PROmova desafia a Plataforma Sindical, em nome do rigor e da transparência de procedimentos, a publicar, nos próximos dias, o número exacto e real de professores que, em cada escola, votou favoravelmente o "(…) Entendimento (…)", bem como a proporção de professores que, em cada escola, participou no DIA D e votou a favor do entendimento face ao número total de professores pertencentes a cada uma dessas escolas ou agrupamentos. Quer-nos parecer que a forma que muitos docentes encontraram para manifestarem o seu desânimo, e desacordo, foi a falta de comparência. Provem-nos o contrário.

Se a informação solicitada não se tornar pública, e fiável, o próprio Movimento PROmova, pese embora a sua ausência de logística, envidará todo o seu esforço no sentido de que esse levantamento escola a escola seja uma realidade fidedigna.

Somos professores, como tal temos um compromisso ético com a verdade e com o rigor, e, por conseguinte, ficamos todos a aguardar a publicação destes dados, os quais permitirão escrutinar a real adesão a um acordo congeminado nas costas dos professores.

Como se pode abdicar, desde logo, da primeira reivindicação da "suspensão" (não é habitual em negociações deixar cair, logo, a primeira!...) e dessa forma permitir à tutela continuar a fazer o discurso de que não ocorreu nenhum recuo e que tudo vai decorrer com a normalidade prevista? Numa altura em que a equipa ministerial andava, desesperada e frenética pelo país fora, a transferir o ónus da remediação das trapalhadas para as escolas, e em que admitiam a complexidade do modelo e ensaiavam até a sua simplificação, eis que a Plataforma Sindical impõe o regresso ao tão contestado modelo original, já a partir de Setembro de 2008! Aí está uma magnífica habilidade negocial.

A Plataforma Sindical não veio garantir a tranquilidade dos alunos (os professores portugueses são grandes profissionais e sabem distinguir os seus planos de actuação, pelo que nunca beliscariam a tranquilidade dos seus alunos), veio, como é público e notório (vide declarações de José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues ou Valter Lemos), assegurar a tranquilidade ao Governo e ao Ministério da Educação, administrando-lhes o "calmante" que há muito lhes faltava.

Por fim, alimentamos alguma curiosidade em conhecer quantos professores solicitaram ou solicitarão, até ao final do mês de Abril, a sua desvinculação de Sindicatos.

Aquele abraço solidário (com o carácter e a firmeza dos princípios),

PROmova

P.S.: Solicitamos a todos os Colegas que se identificam com a tomada de posição do PROmova – Movimento de Valorização de Professores, que copiem e enderecem este comunicado para os seguintes endereços:

'fenprof@fenprof.pt'; 'presidente@spzn.pt'; 'secretariado@spzn.pt'; 'porto@spzn.pt'; 'vilareal@spzn.pt'; 'spliu@spliu.pt'; 'sprc@sprc.pt'; 'secretariado@fne.pt'; 'sede@sipe.pt'; 'sindep@netcabo.pt'; 'spgl@spgl.pt'; 'presidencia@sindicato-aspl.pt'; 'seplen@seplen.pt'; 'lisboa@aspl.pt'; 'presidencia@aspl.pt'

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