quarta-feira, 19 de março de 2008

Esta política educativa não respeita nem os professores mais novos nem os mais velhos. Não respeita ninguém!

Recebo dezenas de depoimentos como este. Professores que se sentem ultrajados e humilhados. Professores que deixaram de gostar de dar aulas. São poucos os que se identificam. Têm medo dos PCEs, das DREs e dos inspectores. Os mais novos, então, andam aterrorizados. Estão a ser silenciados. Imaginem o que vai acontecer quando os directores chegarem às escolas!

Mas a frase que me fez escrever este comentário e com a qual me identifico perfeitamente foi o parágrafo "Não perdoo a esta equipa ministerial o ter-me roubado o prazer que eu tinha em exercer a profissão que abracei e a que dediquei uma vida." É o que a mim me dói e revolta ( terei 35 anos de serviço no final deste ano lectivo) - terem conseguido tirar-me a alegria com que sempre fui para a Escola para junto dos meus alunos. Agora sinto-me doente da injustiça que todos nós sofremos e estou a perder o encanto e o entusiasmo... irei com bem pena minha aposentar-me logo que possa , que não há nervos que suportem esta humilhação pela situação que nos criaram.


Depoimento de professora em final de carreira

http://ramiromarques.blogspot.com/2008/03/esta-poltica-educativa-no-respeita-nem.html

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu pergunto-me frequentemente quem ficaria na profissão se não houvesse tanto desemprego neste País...
Vejo colegas de 40 e poucos anos a "invejarem" a idade do pessoal à volta dos 60!
Esta equipa de malfeitores do ME conseguiu esta coisa extraordinária: unir pela 1ª vez (e espero que última) profes excelentes, medíocres, do ps ou do pp, agnósticos ou beatos, num imenso melting pot, cujo fundo ainda se não consegue ver...

manuel m

Anónimo disse...

Tens razão Manuel. Se a idade pudesse ser comprada não haveria nenhum professor com menos de sessenta anos. Eu já não comprava muitos, mas abdicava de os viver com muito gosto. As escolas vinham sendo quase o último reduto de Humanidade. A competividade que de "animal feroz" que se pretende impor poderá transformá-las definitivamente em lugares lúgubres, miniaturas do pior que vemos nas sociedades de sua inspiração. ITO

Anónimo disse...

Ó Manuel e Ó Colega Anónimo
E os resultados da educação em Portugal (OCDE) seriam para continuar na mesma desgraça como até aqui?

Anónimo disse...

As escolas vinham sendo quase o último reduto de Humanidade, disse o Colega Anónimo.

Eu pergunto:
Também seriam o último reduto da Humanidade para os alunos, com os péssimos resultados que têm tido, abrindo-lhes as portas para futuros de mediocridade?

Um bocadinho de bom senso, só um bocadinho!

Anónimo disse...

Para os meus interlocutores. Eu referi-me às relações interpessoais, ao envolvimento dos professores na escola, ao trabalho desenvolvido junto dos alunos e dos pais, como atendimento fora de horas, e a relações que muitas vezes se aproximam das de pai para filho. Não me referia a políticas educativas, aos programas excessivos, à falta de expectativa de alunos e pais quanto ao futuro... Bastava que os alunos pudessem ser retidos no final de ciclo (como suponho que acontece nalguns países)para que as estatísticas melhorassem. E eu não sou contra. Neste caso os alunos com mais dificuldades deveriam ter apoio continuado. Mas estes são outros assuntos. Assuntos de política educativa. Há muito mais, mas aqui só cabe um bocadinho. Mas agradeço o comentário.

Anónimo disse...

Eu queria dizer "só no final de ciclo", sem retenções nos anos intermédios. Peço desculpa.