sábado, 15 de março de 2008

Retratação de Emídio Rangel

2008-03-15 - 09:00:00
Coisas do circo

Reforma não pode parar

Neste Governo já muitas coisas foram alteradas no ensino, sempre com a oposição dos sindicatos. Mas a procissão ainda vai no adro.



Neste Governo já muitas coisas foram alteradas no ensino, sempre com a oposição dos sindicatos. Mas a procissão ainda vai no adro.

A avaliação do desempenho não está adiada, suspensa e não será adiada nem suspensa.” É assim, de uma forma categórica, que Maria de Lurdes Rodrigues respondeu aos sindicatos depois da manifestação de sábado passado em Lisboa. Era isto que os pais esperavam.

Era isto que os portugueses desejavam. Firmeza sem arrogância, porque o que está em causa é a reforma mais importante de que o País necessita para olhar para o futuro. O ensino em Portugal degradou-se a um ponto tal que, obviamente, a reforma só peca por ser tardia. Somos o último país da Europa quando se analisa comparativamente o que oferecem as escolas portuguesas e as dos outros parceiros da Comunidade.

O grau de indisciplina, de impreparação, de anacronismo do ensino em Portugal tem-se prolongado por décadas sem que nenhum Governo tenha sido capaz de lhe dar outro rumo. Os sindicatos dos professores tornaram-se poderosas forças de bloqueio que nenhum ministro conseguiu vencer ou cativar. Ao mínimo sinal de mudança erguem-se e param tudo. É por este prisma que tem de ser vista a determinação de Maria de Lurdes Rodrigues.

Neste Governo já muitas coisas foram alteradas no complexo sistema de ensino, sempre com a oposição dos sindicatos. Mas a procissão ainda vai no adro. Se Portugal pretende não crucificar mais gerações ao insucesso precisa de prosseguir esta reforma. Recordo-me com bastante crueza do grau de estupefacção em que ficava quando me punha a ver testes ou trabalhos dos alunos da faculdade e em cada linha tinha quatro ou cinco erros de português.

Como é possível que alunos universitários não saibam a sua própria língua? Às vezes não falam nem escrevem correctamente o português. Não sabem português nem História de Portugal (conhecimentos gerais), nem Geografia, etc, etc Interrogo-me, com surpresa, como é possível que os professores e os sindicatos se manifestem violentamente contra as mudanças para impor um sistema de ensino exigente e qualificado em Portugal.

Os jovens de hoje vão competir, em Portugal e nos restantes países da Europa, com outros muito mais bem preparados de outras nacionalidades. Fico sem perceber porque é que os professores não aceitam um director para dirigir cada escola. Não compreendo que mal vem ao Mundo se os professores forem avaliados. Professores e ministra querem coisas radicalmente diferentes? Não posso acreditar

P.S. – A minha crónica da semana passada causou muita celeuma entre os professores. Quero deixar claro que jamais quis ofender os professores, em sentido geral. Conheço bons e nobres professores que muito respeito. Estou contra os medíocres e os que querem a continuidade da mediocridade. Pretendo somente que a reforma do ensino não pare, para bem de Portugal.

Emídio Rangel

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=281723&idselect=93&idCanal=93&p=200

2 comentários:

Paulo Carvalho disse...

Olá!
estes foram os meus contributos para todo este triste episódio «rangelístico»!

http://paulocarvalhoeducacao.wordpress.com

e esta semana

http://paulocarvalho.wordpress.com

Um abraço

Vítor Ramalho disse...

Vozes de burro não chegam ao céu. Mas podem fazer com que o burro mantenha o Job.