quinta-feira, 20 de março de 2008

A ministra nem sequer tem a noção dos seus deveres

Um ministro que responde a perguntas no Parlamento não está na posição de um superior que dá a um subordinado os esclarecimentos que entende. Está na posição de um subordinado que presta contas a quem tem legitimidade para lhas exigir.


Quando Maria de Lurdes Rodrigues respondeu a Ana Drago que "não tinha obrigação" de responder às perguntas feitas por esta nos termos em que tinham sido feitas, cometeu um delito de insubordinação e subverteu a Constituição da República. Isto é pura e simplesmente inaceitável. Se passar sem punição é caso para termos vergonha do nosso Governo, do nosso Parlamento e do nosso País.


5 comentários:

loboalfa disse...

Parece haver muita desmobilização. Os portugueses são sempre assim!
Parafraseando Gabriel Garcia Marques «(...) não passam de espanhóies sem osso.(...)». Muita parra para pouca uva!

Anónimo disse...

Deixo este comentário que me foi eniado e que me parece pertinente e do interesse de todos os Professores.

EVT SITES DE INTERESSE LUGAR À OPINIÃO NOTA O LOGRO COISAS SÉRIAS A BRINCAR DEBATES
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O LOGRO
Para que não restem dúvidas do absoluto logro que é esta avaliação imposta pelo Governo, aqui deixo ficar dois textos (um assinado outro não) que me chegaram e que acho esclarecedores, mesmo para os teimosos e mentecaptos (colunistas incluídos):

Novo modelo de avaliação de desempenho, que não é feito para avaliar os professores, mas para evitar que eles progridam e criar um sucesso fictício e estatístico para europeu ver. É um sistema injusto e impraticável, por vários factores:1.º Os professores titulares e avaliadores foram escolhidos pelos anos de serviço e não pelo mérito nem pela competência (onde está a preocupação com o mérito e com a excelência?);

2.º Os professores que vão avaliar não têm formação na supervisão de aulas;

3.º Teremos professores de Francês a avaliar aulas de professores de Inglês, e de Educação Tecnológica a avaliar docentes de Educação Física ou vice-versa;

4.º Em muitos casos, os professores avaliados têm muito mais formação do que os avaliadores;

5.º Os professores titulares vão avaliar se os outros recorrem às novas tecnologias e muitos dos avaliadores não sabem enviar um e-mail, ligar um computador ou o que é um powerpoint;

6.º Os titulares vão avaliar o sucesso dos outros, quando, em grande parte dos casos, são eles que têm uma maior percentagem de insucesso;

7.º Os avaliadores vão avaliar professores de níveis de ensino diferentes daqueles que estão habituados a leccionar, sendo o discurso do docente obrigatoriamente distinto;

8.º Os professores perderão autoridade na sala de aula, perante os seus alunos, no dia em que entrar um titular para avaliar o professor;

9.º Só os resultados dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática poderão ser confrontados com os dos Exames Nacionais do 3º Ciclo, o que é uma injustiça para os docentes dessas disciplinas;

10.º Os professores só ficarão com as turmas com alunos com mais dificuldades, caso não possam fugir, pois terão famílias para sustentar e empréstimos para pagar;

11.º Um professor que queira ser honesto e exigente será avaliado negativamente e corrido do ensino;

12.º Serão premiados os professores de disciplinas que não dêem testes;

13.º Se um professor tiver o azar de ter um aluno que abandone a escola para emigrar ou que os pais não tenham condições para o manter a estudar, será penalizadíssimo na sua avaliação;

14.º Se um docente tiver o azar de perder um familiar próximo ou a sorte de ter um filho, será gravemente penalizado na sua avaliação, se faltar os dias a que tem direito por lei;

15.º Se acompanhar alunos de algumas turmas numa visita de estudo e
deixar outras turmas com substituição, também é considerada falta de
assiduidade às actividades lectivas, imagine-se!!!!

16.º Como os avaliadores e os avaliados já leccionam juntos há muito tempo, há colegas de trabalho que não se falam e os titulares podem aproveitar para se vingar e estragar a vida aos avaliados…

17.º Numa primeira fase, os titulares não serão avaliados por ninguém (onde está a excelência?);

18.º Não vale a pena ter “excelente” ou “muito bom”, porque já não haverá vagas para titulares, quando nos for permitido tentar subir na carreira;

19.º Os resultados da avaliação dos alunos serão comparados entre disciplinas com competências totalmente diferentes. Por exemplo, ao comparar-se os resultados de Matemática com os de Educação Física, descobre-se facilmente qual o professor que sairá penalizado e terá de ir para o desemprego, se obtiver duas avaliações “Regulares”;

20.º Os professores serão avaliados pelo recurso às novas tecnologias e as escolas não têm projectores nem telas nas salas, as tomadas não funcionam, a electricidade desliga-se constantemente, nem há extensões suficientes!

21.º Os docentes serão avaliados pelas fichas formativas que forneçam aos alunos e só podem tirar fotocópias de testes de avaliação sumativa e, quando as escolas forem entregues às câmaras, nem a isso terão direito. Estas são algumas situações reais, haverá muitas outras que eu desconheço. Só um louco pode achar isto positivo, a não ser que se queira destruir de vez com o ensino público, enviando todos os professores para o desemprego.

O que se conseguiu até agora com o novo modelo de avaliação:

a) Há um constrangimento entre os professores titulares e os “professorzecos”;

b) Não há diálogo entre os docentes, havendo um “ruidoso” silêncio sepulcral na sala de professores;

c) Não há partilha de materiais por causa da competição, pois as quotas, que ainda não foram publicadas, serão muito reduzidas;

d) Estão todos desmotivados;

e) Os professores estão a entrar na escola às 8 horas e 30 minutos e a saírem depois das 22 horas, sem que ninguém lhes pague horas extraordinárias, a analisar grelhas, indicadores e instrumentos de avaliação, como se estivessem a cavar a sua própria sepultura;

f) Não há tempo para preparar aulas, desenvolver estratégias diferenciadas, elaborar e corrigir testes.

Se nos aspectos que eu referi, houver algo que não seja correcto, agradeço que me provem o contrário pelo e-mail: salvarescola@gmail.com. É evidente que esta avaliação só terá efeitos em 2009, porque as injustiças e os processos em tribunal serão tantos que alguém acordará e mudará tudo outra vez, mas, até lá, seremos umas cobaias de algo que sabemos que foi feito por alguém que não conhece a realidade das escolas.

Sinceramente, digam-me se os professores conscientes não terão direito à indignação.

Gostava de poder explicar estes aspectos ao Primeiro-Ministro e propor um modelo de avaliação mais simples, justo e eficaz, mas ele não me recebe, porque não gosta de ouvir quem está no terreno e porque não sou militante socialista. Sou um reles “professorzeco”, como nos qualificou a Ministra, mas vindo dela só pode ser um elogio

… a melhor arma é a escrita vou escrever tanto até ser ouvido por quem possa salvar a Educação.

Será que ainda há força para lutarmos unidos?

Manuel Dias

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O professor João
Já com idade para ser meu pai, o João era professor naquela escola há muitos anos. Já se evitava dar-lhe actas para secretariar e quanto menos escrevesse no quadro, melhor, tal era a coisa. O que vale, é que trabalhava sempre em par pedagógico, e a colega sempre conseguia disfarçar o desastre perante os alunos. Nas relações com os outros professores, era bruto que nem um chaparro. Insistia em fumar na sala dos professores, mesmo com colegas grávidas presentes, e quando se lhe pedia educadamente para parar de fumar, respondia com aquele ar de direito absoluto, recusando-se largar o cigarro ou mudar-se. O João era daquele tipo de fulanos que não deveriam ser professores. O sistema de avaliação dos professores da altura, que durou até esta recente diarreia intelectual da ministra e dos seus tenentes, permitia-lhe um satisfaz-chapa-cinco de cada vez, tal como todos os outros. Nos “corredores”, eu costumava reclamar com o sistema, por permitir que gente como ele continuasse a receber a mesma menção que os mais empenhados e competentes. E que continuasse a ser professor.
Eu costumava reclamar por um sistema de avaliação que distinguisse os professores, que penalizasse os que não prestam, e que premiasse os que são bons. Infelizmente, a ministra não ouviu as minhas reclamações. Porque, infelizmente, a ministra inventou um sistema de avaliação tão patético, tão idiota, que o João foi promovido a professor titular e agora vai avaliar os outros professores!… Fonte desconhecida

Anónimo disse...

Sobre este post no blog e os comentários a propósito, só digo o seguinte:

Se o ridículo matasse vocês estavam mortos há muito tempo!

Um bocadinho de bom senso, só um bocadinho!

A ministra agora é obrigada a responder a todas as provocações da Ana Drago, quem é essa senhora, que currículo tem?

Anónimo disse...

Por vezes as pessoas esquecem-se da etimologia. É preciso lembrar que ministro vem de minister e não de magister, ou seja, como muito bem foi observado, um ministro é de facto um subordinado que deveria ter a mais alta noção do dever e do serviço.

Anónimo disse...

Mas que secca!