Sindicatos explicam contestação à presidência da República

A plataforma que reúne todos os sindicatos de professores explicou, esta segunda-feira, à Presidência da República os motivos da contestação no sector. O porta-voz Mário Nogueira afirma que não espera que Cavaco Silva venha a mediar o conflito com o Ministério da Educação. O objectivo principal dos professores é sensibilizar o presidente sobre os seus problemas.

Solicitada pelos sindicatos na sequência da manifestação de 08 de Março, que reuniu em Lisboa cerca de 100 mil professores, a reunião decorreu hoje à tarde com a assessora do Presidente para a Educação, Susana Toscano, uma vez que Cavaco Silva se encontra de férias.

Mário Nogueira, porta-voz da plataforma de professores, afirma que não espera que o chefe de Estado venha a mediar o conflito com o Ministério da Educação.

O líder da Fenprof adianta que pretendeu apenas informar Cavaco Silva sobre os problemas dos professores que têm de ser resolvidos pela tutela, defende o dirigente sindical.

Também João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), adianta que o principal objectivo do encontro foi sensibilizar.

«Expusemos as razões que estão na origem do grande mal-estar e desencanto vivido entre os professores, com o objectivo de sensibilizar a Presidência da República para os problemas do sector e, em particular, para a questão da avaliação de desempenho, que está num impasse», adianta Dias da Silva.

No encontro, os representantes dos sindicatos entregaram a resolução aprovada durante a manifestação nacional realizada este mês, na qual exigem a demissão da ministra da Educação, a renegociação do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

No início do mês, Cavaco Silva manifestou-se «preocupado» com o clima conturbado vivido na Educação e fez um veemente apelo à serenidade de todos os agentes do sector, incluindo Governo e professores.